“O Mercado de trabalho no Brasil conta com 100 milhões de trabalhadores, 75 milhões de carteira assinada e 25 milhões autônomos. A reforma trabalhista de 2017 vendeu ilusões, entre elas, é a de que o trabalhador tinha autonomia e não precisava de instituições de defesa. Com esse raciocínio tentou esmagar os sindicatos, deixando os trabalhadores à deriva. Isso desorganizou as forças e aprofundou a desorganização do mercado.
O número de trabalhadores autônomos aumentou de 21,7 para 25,4 milhões, essa migração para a informalidade se deu por necessidade, não desejo. Com 85% dos autônomos ganhando entre 1 e 3 salários mínimos, o sonho de 70% deles é ter uma carteira assinada. Os terceirizados, frutos da lei das terceirizações, ganham 25% a menos e trabalham três horas a mais.
O STF está julgando essa semana a constitucionalidade do trabalho intermitente. Neste formato o empregador contrata, por exemplo, para 20 horas semanais, mas o trabalhador não tem horário fixo, podendo ser requisitado segundo as necessidades do patrão. E assim o trabalho, fonte de ganho de vida e realização pessoal, vai passando a ser mercadoria para ser explorada. Os sindicatos que resistiram e até se fortaleceram lutam pela dignidade do trabalho e do trabalhador”.
Dr. Geraldo Ferreira
Presidente do Sinmed RN