O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) do Estado do Rio Grande do Norte, uma estrutura essencial para a investigação de óbitos não violentos ou suspeitos, encontra-se em situação de extrema precariedade. Com uma média de 300 autópsias realizadas por mês, aproximadamente 1400 desde janeiro até o início de setembro deste ano e apenas quatro profissionais atuando, o sistema beira o colapso. Além da insuficiência de pessoal, as condições de trabalho são degradantes, impactando não só a qualidade, como também nas condições de trabalho.

A estrutura física apresenta sinais evidentes de precariedade, como mofo nas paredes; ares-condicionados antigos e barulhentos que dificultam a comunicação entre o patologista e o necrotomista; apenas um microscópio para atender todos os profissionais e este, inclusive, foi fruto de uma doação, além de falta de condições essenciais para o funcionamento do local, como a ausência de um exaustor, o que tem resultado odores extremamente fortes que podem ser sentido da recepção, impactando até mesmo os familiares dos pacientes e promovendo um mal-estar generalizado. Há relatos também de problemas frequentes na geladeira, que apresenta temperaturas inadequadas, entre 15 e 20 graus, tornando-se impropria para o armazenamento dos corpos e promovendo, além dos odores, a presença de moscas no ambiente.  

A denúncia foi recebida nesta sexta-feira (6) pelo Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed RN), que irá solicitar uma visita de fiscalização ao local e acionar autoridades como o Ministério Público da Saúde e do Trabalho e o Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern), para que as providencias possam ser tomadas.

O Sinmed RN inicia uma luta junto aos patologistas, chamando atenção para que o SVO seja tratado como prioridade, a fim de garantir não só a saúde e a segurança dos trabalhadores, mas também para assegurar à população do RN um serviço de qualidade, digno e eficiente.