A visita foi motivada pelas denúncias recebidas pelo Sinmed RN, de que as recentes reduções propostas e já colocadas em prática pela Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS), em todas as principais unidades de saúde do município, estariam comprometendo a prestação de serviços e gerando riscos para os médicos e para os pacientes. 

A medida, adotada pelo executivo municipal, teria como objetivo a redução do número de profissionais nas UPAs e da carga horária dos plantões, como forma economizar nos gastos diante da escarces de recursos, garantindo assim o pagamento dos salários. 

Porém as medidas tomadas pelas SMS estão causando superlotação nas unidades, sendo o número de profissionais, agora reduzido, insuficiente para atender a demanda. Na UPA de Cidade da Esperança, por exemplo, o número de pediatras atendendo foi reduzido de dois pediatras, para apenas um, que chega a atender mais de 40 crianças em um plantão de 6h, durante o qual atende ainda aos pacientes internados.

Conforme foi apresentado por alguns médicos da Unidade, a média de atendimento diários, antes das reduções era de 500, podendo chegar á 1.500 atendimentos, em momentos mais extremos. Outra preocupação apresentada pelos médicos foi de que com a incidência das chuvas de verão e seguindo boletins epidemiológicos a tendência é de que doenças como Dengue, Chikungunya, Zika, entre outras, cresçam neste período.

Segundo do diretor médico da Unidade, Rytwell Augusto, a UPA de Cidade da Esperança foi a que sofreu menos cortes, devido a grande demanda de atendimentos. “Só no mês de novembro tivemos mais de 8 mil atendimentos na clínica médica e mais de 4 mil na pediatria”, exemplificou.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos, Geraldo Ferreira, a postura do Sinmed RN é de preocupação diante desta situação. “O sindicato fica apreensivo por entender que essa contenção de gastos possa ter um impacto muito ruim para saúde pública, com grave prejuízo não só para os pacientes, mas também os médicos, que devido à superlotação são pressionados para atender cada vez mais rápido e não conseguem dar o atendimento necessário para os pacientes”, pontuou.

O Sinmed RN e a Sociedade de Pediatria estão elaborando um relatório que deverá ser apresentado ao Ministério Público e a SMS Natal alertando para os riscos desta redução no número de profissionais.