19/09/2019
19/09/2019
Médicos da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Natal estão sem receber a gratificação da atividade desde que assumiram o trabalho, no mês de abril, e sem perspectiva de pagamento por parte da prefeitura.
A maioria dos médicos que fazem parte da ESF é oriunda do Programa Mais Médicos, e assumiram a atividade após serem convocados por concurso público.
Os médicos estão com uma perda de 70% da remuneração, com relação ao que recebiam no Mais Médicos. A perda salarial inicial é de 30%, mas sem o repasse da gratificação a situação se agrava.
A categoria denuncia ainda que a prefeitura vai contratar novos médicos para onze unidades de saúde através de cooperativa, pagando quatro vezes mais a remuneração que é devida ao médico concursado.
“Diga-se a verdade, é preciso até homenagear esses médicos por eles aceitaram uma situação dessas. É uma perda de 70% em relação ao que eles recebiam e um atraso de seis meses na remuneração. A gratificação é um direito deles e uma obrigação do município pagar”, disse Geraldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed RN).
O Sinmed RN vai trabalhar com duas estratégias para solucionar em definitivo o pagamento dos trabalhadores: continuar o diálogo para negociação com a secretaria de saúde do município e por via judicial.
“Acredito que qualquer juiz vai se sensibilizar com a situação. Essa é uma verba de caráter alimentar e que esses médicos precisam pra sua sobrevivência”, afirma Geraldo Ferreira.
Caso os pagamentos não sejam regularizados, será realizada assembleia com a categoria para discutir greves e paralisações.
Estratégia de Saúde da Família de Natal
Atualmente o município conta com 136 equipes, com 50 médicos estatutários e 47 do Mais Médicos. A secretaria informa que apenas 11 médicos são da cooperativa médica, porém esse número tende a ampliar com a proposta da prefeitura de contratar mais cooperados para atender o déficit de onze unidades de saúde.
Com relação ao último concurso realizado para a SF em Natal, assumiram as atividades cerca de 30 médicos, porém, devido a falta de estrutura e condições de trabalho, além da redução de 70% dos salários, com o não pagamento das gratificações, hoje só permanecem 05 médicos do último concurso atuando no programa.