“O SUS dá impressão que encolheu”, diz presidente do Sinmed em audiência pública sobre a saúde no Estado

02/12/2024

“O SUS dá impressão que encolheu”, diz presidente do Sinmed em audiência pública sobre a saúde no Estado

02/12/2024

“O SUS dá impressão que encolheu”, diz presidente do Sinmed em audiência pública sobre a saúde no Estado

Nesta segunda-feira (02), a Câmara Municipal de Natal sediou a audiência pública intitulada “SUS – Uma Construção Coletiva”, promovida pelo vereador Luciano Nascimento. O encontro reuniu autoridades e profissionais da saúde para discutir os desafios enfrentados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nos municípios e no estado do Rio Grande do Norte. Entre os presentes estavam o presidente do Sinmed RN, Geraldo Ferreira, a secretária adjunta de Saúde, Leidiane Queiroz, o secretário municipal de Saúde de Natal, Chilon Batista, e diretores de unidades de saúde, como o diretor do Hospital Walfredo Gurgel, Geraldo Neto.

O principal tema da audiência foi a superlotação das unidades de saúde e as dificuldades operacionais enfrentadas pelo SUS. Durante sua fala, o presidente do Sinmed RN, Geraldo Ferreira, fez duras críticas ao que chamou de “encolhimento” do SUS nos últimos anos. Ele mencionou o encerramento de contratos com diversos hospitais que prestavam serviços ao município, como o Hospital Médico Cirúrgico, ITORN, Hospital São Lucas, Policlínica, Santa Helena e a Casa de Saúde Petrópolis, além da desativação de maternidades e unidades de saúde no interior do estado.

Para Geraldo Ferreira, com o fechamento dessas unidades, houve uma grande perda de leitos disponíveis para o SUS, e o número de novos leitos ou unidades de saúde construídas para compensar essa perda foi insuficiente. Isso resultou em uma pressão cada vez maior sobre hospitais como o Walfredo Gurgel e outras unidades de referência, que estão enfrentando superlotação e dificuldades para atender à crescente demanda.

Outro ponto crucial levantado foi o financiamento da saúde. O presidente do Sinmed criticou a disparidade nos investimentos entre os municípios e o Estado. De acordo com ele, muitos municípios estão gastando acima dos 15% exigidos com saúde, chegando, em alguns casos, a quase 25%, enquanto o Estado do Rio Grande do Norte não atingiu o percentual mínimo de 12%, ficando abaixo de 9% em 2024. A situação do atendimento psiquiátrico também foi duramente criticada por ele, que mencionou o fechamento de hospitais de custódia e a desativação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) em Natal, além da escassez de médicos psiquiatras no interior do estado.

Em relação às possíveis soluções para a crise, Geraldo Ferreira sugeriu que uma medida imediata seria a manutenção da aliança com o sistema privado de saúde para utilizar os leitos desses hospitais. Embora o Estado tenha projetos a médio prazo, como a construção do Hospital Metropolitano e o funcionamento do Hospital de São Gonçalo, essas soluções não são suficientes para resolver o problema da superlotação no curto prazo. “Precisamos de ações imediatas, como a parceria com o setor privado, enquanto as novas unidades não estão prontas para atender à demanda”, concluiu.

A secretária adjunta de Saúde, Leidiane Queiroz, e o diretor do Hospital Walfredo Gurgel, Geraldo Neto, também participaram do debate, apresentando números e dados sobre os atendimentos realizados pelo hospital, que recebe pacientes de diversos municípios, e os esforços para garantir a assistência à população. A audiência pública teve como objetivo principal criar um espaço de diálogo entre os gestores e profissionais de saúde para buscar soluções viáveis e urgentes para a situação crítica da saúde pública em Natal e no Rio Grande do Norte.

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