29/07/2025
29/07/2025
Os médicos da rede municipal de Natal realizaram uma paralisação de 24 horas nesta terça-feira (29), mantendo apenas os atendimentos de urgência e emergência. Durante o movimento, a categoria se reuniu na sede do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed RN), onde participou de uma reunião com a vereadora Camila Araújo, presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
O encontro teve como principal pauta a denúncia de terceirizações consideradas ilegais e a crescente precarização das condições de trabalho dos profissionais de saúde. Segundo o presidente do Sinmed RN, Dr. Geraldo Ferreira, empresas que vêm vencendo licitações públicas para prestação de serviços médicos não possuem equipes próprias, recorrendo a formas consideradas irregulares para contratar profissionais.
“Essas empresas têm proposto aos médicos a participação em sociedades de conta de participação, um tipo de vínculo jurídico que, além de não oferecer direitos trabalhistas, é apontado como fraudulento e ilegal”, afirmou o dirigente sindical.
Durante a reunião, Dr. Geraldo Ferreira solicitou à vereadora a realização de uma audiência pública para debater o tema com maior profundidade e buscar soluções institucionais. Entre as principais reivindicações do sindicato está a realização de concursos públicos para contratação direta de médicos, como forma de garantir estabilidade, transparência e respeito à legislação trabalhista.
Camila Araújo reconheceu as dificuldades enfrentadas pelos profissionais, que, segundo relatos, vêm sendo aliciados e até perseguidos por se recusarem a integrar essas sociedades irregulares. A vereadora se comprometeu a levar a discussão à Câmara e buscar encaminhamentos.
Também foi discutida a necessidade de retomar a mesa de negociação com a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente paralisada. O secretário da pasta, Geraldo Pinho, não tem mais respondido às tentativas de diálogo do Sinmed, interrompendo as tratativas sobre o reajuste das gratificações dos médicos efetivos.
Também estiveram presentes lideranças de movimentos comunitários, que reforçaram o impacto negativo da precarização dos serviços de saúde na população e manifestaram apoio às reivindicações dos médicos.