05/11/2019
05/11/2019
Durante reunião realizada hoje (5) na Secretaria de Estado de Saúde Pública do RN (Sesap), o presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed RN), Geraldo Ferreira, questionou o fechamento de unidades de saúde e paralisação de serviços médicos no estado.
A reunião com o secretário de saúde, Cipriano Maia, foi intermediada pelo ex-presidente da EBSERH, Kleber Teixeira, e teve a participação do presidente da Associação Médica do RN, Marcelo Cascudo.
A preocupação das entidades médicas com o atendimento à população se dá pela paralisação das cirurgias ortopédicas no hospital Deoclécio Marques, localizado no município de Parnamirim, devido ao encerramento do contrato com a Cooperativa Médica (Coopmed).
“O hospital Deoclécio Marques tem um número significativo de cirurgias que passam de 300 por mês. Ele é um hospital que desafoga o Walfredo Gurgel e a interrupção dos serviços naquela unidade de saúde é fatal para muitos pacientes”, afirma Geraldo Ferreira.
O sindicato propôs ao secretário de saúde que, emergencialmente, o serviço da Cooperativa continue, o contrato seja renovado, mas que a secretaria realize chamada dos concursados ou realize novos concursos para que não haja a desativação de serviço neste momento, em razão do prejuízo extremo para população.
Cipriano Maia demonstrou entendimento com as entidades médicas presentes e declarou que a Sesap vai “estudar como reorganizar o serviço e fazer essa transição do atendimento”.
PLANTÕES
Na ocasião, o presidente do Sinmed RN também falou sobre a recomendação do Ministério Público do RN (MPRN) com relação as escalas de plantões.
Geraldo Ferreira afirmou que o número de plantões para 40 horas deve ser de oito na porta e os outros quatro plantões restantes devem ser usados para complementação de acompanhamento a pacientes, atividades de ensino – já que os hospitais tem residência e acompanhamento de estudantes, e atividades de procedimentos eletivos.
Para Ferreira, existe um equívoco quando se exige que todos os plantões sejam prestados na porta do hospital, quando o cumprimento da carga horária pode ser completo, mas com divisão de atividade.
RUY PEREIRA
Outra questão levantada pelo sindicato foi a do fechamento do hospital Ruy Pereira, anunciada pela Sesap.
A posição do Sinmed é de que não concorda com o encaminhamento da secretaria de fechamento do hospital e de distribuição dos pacientes, uma vez que isso vai desestruturar os serviços e haverá dificuldade em manter a qualidade no atendimento aos pacientes.
COOPERATIVA
Durante a reunião o presidente do Sinmed estimulou ainda que o secretário defenda os interesses públicos, negocie com a Cooperativa Médica valores que sejam compatíveis com a realidade econômica do estado e que chame os profissionais que já são concursados ou providencie novos concursos para que o número de profissionais da rede própria do estado efetivamente se estabeleça.
“Que os serviços complementares sejam efetivamente complementares”, enfatizou Geraldo Ferreira.
O secretario de saúde finalizou a reunião com o compromisso de ter uma resposta quanto a manutenção dos serviços do Deoclécio Marques já amanhã pela manhã.
“O acordo para tentar manter o atendimento foi importante para desarmar uma bomba de efeitos gravíssimos. A paralisação das cirurgias ortopédicas pode trazer prejuízo para as famílias e para os pacientes com a demora para a realização de cirurgia, complicações, sequelas e até riscos de óbito. Para nós, o compromisso do secretário nos deu um grande alívio”, afirmou Geraldo Ferreira.