18/09/2019
18/09/2019
O mês de setembro é um período para refletir sobre a saúde mental e de conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Desde o ano de 2015, o dia 10 de setembro ganhou o marco do Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, com campanhas por todo o Brasil, criada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria).
Durante todo o mês são desenvolvidas ações de prevenção ao suicídio, de cunho educativo, para que se perca o medo de falar sobre o assunto. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada dez mortes por suicídio podem ser evitadas, sendo garantidas ajuda e atenção adequadas.
Neste sentido, Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, fala sobre os cuidados mais amplos com a saúde mental, sendo dever e reponsabilidade do estado garantir um sistema de saúde que acolha o paciente com a estrutura adequada:
“A saúde não é só uma questão orgânico, física, ela é mental também. Vinte e três milhões de brasileiros são acometidos, de alguma forma, de doença mental. Cinco milhões têm a doença de grau moderado a grave.
Dez por cento da população adulta sofre efetivamente de doença mental e é esperado que no ano de 2020 haja um aumento de 15% da incidência dessas doenças, chegando as doenças mentais a serem a segunda causa de afastamento do trabalho.
Temos uma rede de assistência que é, na verdade, uma rede mais teórica do que prática. Formada por centros de atenção psicossocial (Caps), mas que se voltam a cidades ou a população de 70 ou 150 mil habitantes. Mas, muitas vezes, as cidades de porte médio precisam dessa assistência. E é muito difícil hoje conseguir enquadrar o paciente da rede de assistência do SUS.
É preciso que o governo entenda as suas responsabilidades. Quando o paciente procurar atendimento é preciso que desde a atenção primária exista um programa de atenção a família, passando pelo SAMU, UPAS – que também são responsáveis por esses atendimentos de urgência -, mas que tenhamos para onde encaminhar um doente, o paciente, quando for necessário o internamento.
Uma rede de saúde adequadamente preparada pode evitar a complicação maior dessas doenças mentais, que seria até chegar ao risco de suicídio.
Existem algumas formas que para prevenir ou evitar algumas doenças como, por exemplo, não se isolar, consultar o médico quando tiver algum problema, seguir o tratamento prescrito, see manter ativo físico e intelectualmente, não se entregar a doença, manter alimentação saudável e a base familiar e de amizades”.
De acordo com a OMS, hoje 32 brasileiros se suicidam diariamente. No mundo, ocorre uma morte a cada 40 segundos. Aproximadamente 1 milhão de pessoas se matam a cada ano. Sabe-se que os números são muito maiores, pois a subnotificação é reconhecida. Além disso, os especialistas estimam que o total de tentativas supere o de suicídios em pelo menos dez vezes.