Vice-presidente do Conselho Regional de Medicina fala sobre saúde pública no estado

13/10/2016

Vice-presidente do Conselho Regional de Medicina fala sobre saúde pública no estado

13/10/2016

O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CREMERN), Francisco de Almeida Braga, participou esta semana de reunião informal com o presidente do Sindicato dos Médicos do RN, Geraldo Ferreira, para tratar sobre saúde pública no estado.

Na definição de Braga, existe hoje uma calamidade na saúde pública do RN. “Os principais hospitais de urgência e emergência com superlotação, pacientes internados nos corredores, por vários dias, pacientes em ventilação mecânica em locais inadequados, sem vigilância permanente dos médicos, centro cirúrgico e salas de pós-operatório lotadas, o que dificulta a assistência médica”, afirma.

De acordo com o vice-presidente do Conselho, em visitas ao hospital Walfredo Gurgel, foi possível constatar que os pacientes graves esperam várias horas pelo acesso a sala cirúrgica, mesmo que toda a equipe de saúde já esteja preparada, por não haver sala disponível para atendimento a esse paciente.

“Isso preocupa muito o Conselho. É uma verdadeira violação ao direito do cidadão que fica exposto a ambientes insalubres, tendo que fazer necessidades na frente de todos, curativos de infectados nos corredores. Situação de verdadeira calamidade”, constata.

A preocupação do CRM é principalmente com o profissional médico que está habilitado a tratar do paciente grave, mas não tem condição de prestar o serviço que ele sabe e quer fazer, de acordo com Braga. “Os médicos estão se angustiando e até ficando doentes perante esta situação”, finaliza.

Francisco de Almeida Braga falou ainda sobre outras temáticas:

Serviço
A saúde em si não funciona a contento no estado.
Hoje faltam produtos essenciais como anticoagulante e relaxantes musculares. E esta medicação é reposta lentamente. Os pedidos da Unicat chegam às unidades de saúde com uma falta muito grande.

Com esta falta de estrutura e de medicamento nos hospitais, o ato médico fica inseguro. Vemos isso em todos os hospitais regionais do estado, não é só no Hospital Walfredo Gurgel.

E a cada dia fecha um serviço.
Essa semana a maternidade da mulher parteira em Mossoró foi fechada e é mais um exemplo do descaso do governo para com a saúde. A nossa dúvida é se a estrutura que existe para assistência materno-infantil vai absorver essa demanda e como vai absorver.

Perspectivas
O secretário de saúde do estado, George Antunes, durante reunião no CREMERN expôs a situação financeira do estado, mas demonstrou muito interesse e esforço em reivindicar e batalhar para que seja amenizado esse problema. Ele é uma pessoa experiente, esteve presente em outras administrações, e eu estou confiante em que ele possa fazer alguma coisa para melhorar o quadro.

Planos populares
Com a possibilidade do Governo Federal de implantar o plano de saúde de maior acessibilidade, mais barato, pelo o que vejo, aumentará a procura e os hospitais de Natal não estão preparados para suprir esta demanda.

Visto que agora com o surto da zyka e chikungunya, os hospitais estavam superlotados, sem estrutura alguma. Nossa preocupação é que isso venha trazer grande prejuízo à população.

O Conselho já está preocupado com o tema e vamos começar a discutir esse assunto com a categoria em breve.

Contratos

Outra preocupação do CREMERN é a pejotização dos serviços médicos nos hospitais privados do estado. Esta é uma tendência que já vem sendo realizada no serviço privado e que gera prejuízo para os médicos.

O médico não será mais contratado, será extinto o vínculo. Assim, o prestador de serviço não tem estabilidade, qualquer coisa se desfaz o contrato. E isso nos preocupa muito.
 

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