07/01/2016
07/01/2016
Para 54,6% dos médicos entrevistados pelo estudo Demografia Médica do Brasil 2015 a carga de trabalho é adequada e eles se sentem em plena capacidade de trabalho. Já 31,7% sentem-se sobrecarregados e 13,7% afirmaram que poderiam aumentar a carga de trabalho. O perfil mais comum dos que sofrem com o impacto de jornadas que consideram extenuantes inclui os de menor faixa etária e com atuação no âmbito da rede pública. Não há diferença entre os sexos.
No grupo de maior idade, acima de 60 anos, apenas 15,6% afirmam se sentir sobrecarregado. Este percentual passa para 36,6% na faixa etária até 35 anos e 34,6% entre os que têm de 35 a 60 anos.
Os profissionais que se sentem mais sobrecarregados são os que trabalham tanto no setor público, quanto no privado: 38,6% afirmaram se sentir assim, contra 31,7% da média geral. Já entre os que trabalham apenas no setor privado, 24,6% afirmaram que poderiam trabalhar mais.
Plantonistas – O plantão em hospitais ou unidades de pronto-atendimento é realizado por 44,6% dos médicos. Entre os médicos formados há menos de 10 anos, 45,1% são plantonistas, já entre os que se formaram há 30 anos ou mais, apenas 16,4% fazem plantão. No grupo das pessoas com mais de 60 anos, apenas 9% são plantonistas.
Os plantonistas também têm uma carga horária semanal maior: 26,4% deles trabalham 80 horas semanais ou mais. Entre os não plantonistas, apenas 9% têm essa carga horária. Nas jornadas de 20 a 40 horas por semana, os plantonistas são 8% e os demais, 28,9%. A diferença salarial, no entanto, não é significativa. Na faixa intermediária de salários – entre R$ 12 mil e R$ 20 mil –, os que fazem plantão são 36,2% e aqueles que não fazem somam 30,7%.
Quanto à quantidade de plantões, 67,4% dos plantonistas realizam um ou dois plantões por semana, 32,6% cumprem três ou mais e 7,9% fazem cinco ou acima deste número. O plantão de 12 horas é o mais comum (68,2%), seguido pelo de 24 horas (25,8%). Apenas 6% realizam plantões com jornada menor do que seis horas.
Consultório – A Demografia Médica também dividiu os médicos entre os com atuação em consultório e os sem: 59,9% responderam atuar em consultório (particular isolado, compartilhado ou em clínica privada) contra 40,1% que responderam não. No grupo dos “sem consultório” estão os médicos que trabalham em hospitais, ambulatórios públicos, rede básica de saúde, universidades e empresas.
Os médicos com consultório geralmente são especialistas (73,5%), têm maior número de vínculos empregatícios, fazem jornadas mais longas, estão nas melhores faixas salariais, têm mais experiência profissional, trabalham nas capitais e são homens, em sua maioria (61,7%).
Mais da metade dos médicos entre 35 e 60 (55,5%) trabalha em consultório particular ou clínica privada. Já os mais jovens, de até 35 anos, estão em maior número no grupo dos “sem consultório”, são 42,8%. Um quinto (20,6%) dos profissionais com consultório trabalha 80 horas ou mais por semana. Entre os “sem”, este percentual é de 11,5%.
Entre os profissionais com consultório, 68,6% é dono do seu próprio negócio, ou divide o espaço com colegas. Os demais (31,4%) prestam serviços em clínicas e ambulatórios privados. Dos médicos proprietários, 36,2% atuam sozinhos e 63,8% dividem o espaço com outro colega (21,1%) ou com mais de um (78,9%).
Um quarto dos médicos com consultório não trabalha com planos de saúde e atende apenas pacientes particulares e 74,6% trabalham com pacientes conveniados a planos de saúde e particulares.