14/06/2013
14/06/2013
O atendimento na Maternidade Professor Leide Morais, localizada no bairro de Nossa Senhora da Apresentação, Zona Norte, será suspenso temporariamente para a reforma da cobertura e a troca do piso, danificados por infiltrações e alagamentos causados pelas chuvas que caíram em Natal nos últimos dias. Algumas salas da unidade estão com parte do teto comprometido, com risco de desabar. O número de leito em utilização caiu por causa do mau estado físico da maternidade. Dos 35 leitos, apenas 13 estão sendo utilizados. A interdição foi confirmada em nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde ontem (13), depois “de uma análise criteriosa da situação de infiltração e alagamentos”.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Cipriano Maia de Vasconcelos, os pacientes que estão internados receberão alta. Os que não puderem ter alta, deverão ser transferidos para outras unidades na Zona Norte. “Diante da impossibilidade de realocar o serviço da Maternidade na sua integralidade em um único espaço, estão sendo definidas medidas para garantir o atendimento à população em unidades hospitalares da rede municipal e estadual de saúde”, disse a secretaria em nota. “Tais medidas se dão na expectativa de encontrar a melhor solução para garantir o atendimento seguro e de qualidade às gestantes e aos recém-nascidos em Natal”.
Ainda segundo Cipriano Maia, o processo licitatório para as reformas já foi finalizado. Ele espera que até amanhã o contrato seja fechado para iniciarem as obras o mais rápido possível. A previsão inicial é que as obras comecem em dez dias.
A Leide Morais enfrentou problemas logo no começo das atividades. Inaugurada no dia 23 de dezembro de 2008, a unidade ficou sem energia elétrica nos primeiros meses por causa de problemas com os geradores. A administração da maternidade também assumiu que havia deficiências de recursos humanos, principalmente na área de pediatra-neonatologia e anestesistas.
Problemas estruturais também são recorrentes na unidade. Menos de um ano depois de ser aberta, a maternidade já apresentava os mesmos problemas que apresenta hoje em dia: infiltrações e alagamentos. Em junho de 2009, o teto da cozinha cedeu. “Falta material para exames laboratoriais, faltam profissionais e até agora não são realizadas cesárias e laqueaduras”, disse na época a então diretora do Sindsaúde, Sônia Godeiro.
Em 11 de dezembro de 2011, a unidade teve que suspender o atendimento por falta de água. Para racionar a pouca água que ainda restava, os profissionais tiveram que limitar até o uso do banheiro. Além de paralisações por conta de problemas físicos, os trabalhadores paralisaram os serviços diversas vezes. Em dezembro de 2011, os funcionários do hospital deflagraram greve pelo atraso no pagamentos das gratificações. Após 10 meses, houve nova paralisação. Na época, outras maternidades da rede municipal também paralisaram.