Tema recorrente desde a contratação de uma empresa privada para administrar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Pajuçara, a privatização da saúde em Natal foi tema de uma coletiva de imprensa, realizada hoje no Sinmed/RN. Participaram da coletiva o Sindicato dos Médicos, o Sindsaúde, Sinsenat e o Soern (Sindicato de odontologia do RN).

Na ocasião, os presidentes dos sindicatos apresentaram medidas para impedir o avanço da privatização de serviços essencialmente públicos. De acordo com o presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira, a principal delas seria a elaboração de concurso público para preenchimento de vagas. Segundo ele a terceirização deveria ocorrer somente em caráter excepcional, quando a área a ser contemplada não dispusesse de profissionais.

Um fato que causou maior preocupação nos representantes dos sindicatos foi um novo projeto do Município, publicado no Diário Oficial, no qual as Unidades de atendimento mistas seriam transformadas em Unidades de Atendimento Médico Especializado (Ame’s) geridas por particulares.

Segundo Soraya Godeiro, Presidente do Sindicato dos Servidores, a implantação das Ame’s já está em andamento e os servidores das unidades mistas não foram se quer comunicados oficialmente. “Primeiro foi a UPA, depois os laboratórios, agora são as unidades mistas. Os profissionais que lutaram para estar aqui estão sendo deixados de lado”, completa.

Para Dr. Geraldo tudo isto deve ser analisado com muita calma, pois somente o contrato do Ipas, empresa que administra a UPA – Pajuçara, custou aos cofres públicos quase R$ 6 milhões – o correspondente a algo em torno de R$ 1 milhão ao mês. "Entendemos que essa postura é uma máquina de desperdício do dinheiro público”, completa o Presidente do Sinmed.

Medidas

A fim de discutir sobre as privatizações e a assistência à saúde publica municipal será realizada uma audiência pública, no dia 13/10, às 9h na Câmara Municipal de Natal. Na audiência proposta pelo vereador João Maria de Lucena Marinho, professor Joca, os sindicatos esperam participação dos representantes da prefeitura a fim de um diálogo.

As entidades também estão tomando medidas judiciais com relação às novas contratações feitas sem a realização de concurso público.