Sindicatos realizam manifestação contra o fechamento do setor pediátrico do Santa Catarina

24/07/2012

Sindicatos realizam manifestação contra o fechamento do setor pediátrico do Santa Catarina

24/07/2012

Representantes do Sinmed RN e Sindisaúde promoveram na tarde de ontem (23), em frente ao Hospital José Pedro Bezerra, o Santa Catarina, na zona Norte de Natal, um ato público contra o fechamento da pediatria do hospital.

Há duas semanas houve uma visita do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed) e do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte (CRM/RN), durante a qual foi constatada a inexistência de profissionais suficientes para elaborar as escalas e a ausência de pediatras no plantão, porque os dois profissionais estavam de atestado.  Atualmente são 21 pediatras em escala, mas cinco estão ausentes. Dois já se aposentaram, tem dois de licença política,alguns com atestado e dois estão prestes a se aposentar. A faixa etária média dos pediatras é de 50 anos. Dessa forma, só há pediatras na escala interna do Hospital até a próxima quarta-feira (25). 

Enquanto isso, o baixo número de profissionais trabalhando, cada vez mais, sobrecarrega os pediatras de plantão. Este é o caso da médica Hígia Macedo. Há 16 anos atuando no Hospital ela contou que nunca vivenciou uma situação como essa. “O déficit de pediatras é grande e trabalhamos sobrecarregados. São 19 pediatras para cobrir uma demanda de 8 mil atendimentos mensais. E dentro deste número de pediatras alguns vão se aposentar. A realidade é cruel e vai desde o desabastecimento de medicamentos a falta de insumos a estrutura física deficiente. Há varias paredes com mofo, falta material de limpeza, papel e até medicamentos básicos como dipirona e plasil”.

Hígia também reforçou que só o amor profissão a faz continuar. “Tem que existir uma força sobrenatural para seguir em frente. Tem que ter amor tanto à profissão quanto ao próximo para não largar a carreira diante desta triste realidade. Financeiramente não compensa, nós não somos valorizados. É muito melhor para um recém-formado ir para uma área que tem condições melhores de salários. Até hoje não parei de estudar, de me especializar, mas não sou reconhecida. Qual o recém-formado que vai querer isso? A falta de sensibilidade dos governantes é gritante, para uma área como a saúde, tão importante. Mas a solução tem que ser dada pelos governantes”.

Por causa do intenso ritmo de trabalho e de vários plantões que teve de cobrir sozinha, Hígia chegou a ter pico hipertensivo. “O estresse o dia a dia acabou ocasionando isso e tive que me ausentar por 15 dias”.

Com informações do Jornal de Hoje. 

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