Saúde privada atrai médicos ao interior do estado
15/03/2010
Um número cada vez maior de médicos está fixando residência no interior do estado. Tal preferência se justifica pelo atrativo mercado da medicina privada nos municípios potiguares, conseqüência de uma rede pública hospitalar ineficiente e defasada.
Hoje, a área da grande Natal concentra 87% do quadro de especialistas. Muito profissionais são levados pelo fato de que a complementação da renda dos médicos está nos planos de saúde e consultas particulares, que também abrangem a região metropolitana.
Para o presidente do Sinmed, Drº Geraldo Ferreira, o plano de cargos do estado, beneficia o médico do interior com uma gratificação de desclocamento-interiorização, que é importante para tentar fixar o profissional na rede estadual do interior, apesar de ter a maioria dos hospitais desequipados.
Em relação, à formação profissional, Dr. Geraldo Ferreira, diz que a capital oferece melhores recursos, tecnologia com hospitais privados e públicos mais aparelhados, onde o profissional pode exercitar o que aprendeu. “É comum o médico buscar especializar-se em outros estados, conseguindo com base numa boa graduação, fazer residência médica nas regiões sudeste”, afirma.
O presidente do Sinmed ressalta que o Programa de Saúde Família (PSF), do Governo Federal, vem exigindo médicos cada vez mais especializados e com excelente formação para atuar em outras áreas como dermatologia, urologia e sexologia. Porém, em contrapartida, a pressão política envolvida na contratação, feita pelas prefeituras municipais geralmente por indicação é um fator que permanece até hoje.
Segundo Dr. Geraldo, quando é aberto um concurso para médico do município, a maior parte do salário é composto por gratificação, cujo valor é de, no máximo mil reais. Ele enfatiza ainda que a saúde muitas vezes seja vinculada a política, pois grande parte da classe política monta seu trabalho em cima da assistência a saúde, focando a precariedade do oferecimento público que é recompensado pelo favorecimento político. “Essa situação atrapalha o serviço médico, não conheço nenhum satisfeito com essa situação”, conclui.