09/09/2014
09/09/2014
Na noite de ontem (08), ocorreu no auditório da CDL Natal, a I Sabatina SINMED/SOERN com os candidatos ao governo do RN – Eleições 2014. Participaram do evento, a convite das entidades, os candidatos Robinson Faria (PSD) e Henrique Alves (PMDB).
A sabatina teve início às 19h40 com mediação do comunicador Robson Carvalho. Os primeiros a falar foram Ivan Tavares, presidente do Sindicato dos Odontologistas do RN – SOERN, e Geraldo Ferreira, presidente do Sindicato dos Médicos do RN- SINMEDRN.
O presidente do SINMED iniciou sua fala relembrando um ditado popular “Dizem que de médico e louco todo mundo tem um pouco, mas agora estamos aqui querendo ser entendidos da política, precisamos conhecer as propostas daqueles que tem a intenção de governar o nosso estado. Hoje vamos fazer alguns questionamentos sobre assuntos que envolvem a saúde. A saúde que continua a ser uma das principais preocupações da população nas pesquisas, mas que, no entanto, na maioria das vezes tem espaço bastante reduzido nos planos de governo dos candidatos”, disse Ferreira.
Geraldo Ferreira completou sua fala de abertura relembrando a importância de eventos como a sabatina. “A saúde é importante e às vezes os que não são ouvidos são exatamente os profissionais da saúde. Temos que mudar isso”, afirmou.
Robinson Faria foi o primeiro candidato a responder as perguntas dos médicos, odontologistas, e outros profissionais da saúde presentes no auditório. Em sua fala inicial o candidato saldou os representantes de entidades da saúde presentes e afirmou que 5 minutos era um tempo curto para fazer uma explanação sobre a saúde no RN. Robinson exclamou alegria de participar de um evento com uma plateia tão seletiva e relembrou que em sua carreira como deputado e vice-governador do RN teve a oportunidade de conhecer os clamores da saúde e conversar de perto com os profissionais envolvidos.
“O destino me colocou na condição de candidato a governador e aqui estou pronto para cumprir essa missão, eu sempre digo que a essência do nosso governo será o dialogo, vamos construir o estado a partir da sociedade, os governos fracassam quando esquecem de ouvir a sociedade civil organizada. Eu não vou cometer esse erro. Se alguém perguntar qual será a marca do nosso governo vou responder com uma só palavra: eficiência” Completou o candidato Robinson Faria.
Após a rodada de 5 perguntas do SOERN, 5 perguntas do SINMED RN, e 8 perguntas da plateia, o candidato teve mais 5 minutos para suas considerações finais:
“As perguntas foram tão completas que tudo o que eu iria falar já partiu dos perguntas de vocês. O que eu quero é agradecer o convite de Geraldo e Ivan. É justamente esse tipo de debate que dão a oportunidade de cada um fazer sua reflexão dos compromissos de cada candidato. O que quero externar é que faremos um governo compartilhado, sem a soberba da autossuficiência. Montarei nosso programa de governo trabalhando com grandes parcerias, não é uma carta final, é um plano de governo que não esta terminado. Comigo não vai ter frescura, será um governo aberto, a sociedade estará diante de um governador de portas abertas, para ouvir o clamor de todas as categorias, será uma grande pactuação para salvar o nosso estado. Conto com a ajuda de vocês para fazer um governo inovador . O nosso governo será dedicado ao cidadão, qualidade de vida e eficiência do serviço publico”, finalizou o candidato.
Na sequencia foi convidado para a mesa o candidato Henrique Alves, que também teve 5 minutos para sua fala inicial na qual disse serem conhecidas as dificuldades do estado hoje, mas afirmou que em suas respostas iria falar a verdade, e não tentar agradar as categorias. O candidato repassou dados numéricos sobre o defict de investimentos na saúde apenas neste ano, segundo ele o RN chegará ao fim do ano com um rombo nos investimentos em saúde, uma vez que o estado deveria repassar mensalmente para o setor R$40 milhões, sendo R$10 para quitar as dívidas com fornecedores de R$30 para investimentos nas unidades.
“Mas diante do quadro estou aqui para dizer com muita clareza o que iremos fazer e como iremos fazer. Em primeiro lugar fortalecer os municípios que hoje são os primos paupérrimos do estado, regionalizar a media complexidade com hospitais regionais, hoje não tem um, em sua inteireza, que podemos dizer que é um hospital estadual que esta como deve. Vamos Implantar um novo hospital e trauma para a área metropolitana, dar outra designação ao Walfredo Gurgel. É um quadro muito difícil que exige muita responsabilidade, isso é uma carta de intenção que vai depender da situação que vamos encontrar e da primeira providencia que é recuperar a situação financeira do RN”, completou o candidato Henrique Alves.
Após as rodadas de perguntas dos sindicatos e do público o candidato também teve 5 minutos para as considerações finais e pontuou que pretende alcançar metas de capacitação permanente dos profissionais médicos que trabalham com urgência, área que necessita de profissionais altamente qualificados e apontou como segunda ação importante a criação de uma retaguarda técnica para urgências cardiológicas e neurológicas no modelo do Giselda Trigueiro.
Em suas considerações finais o candidato Henrique Alves também falou de suas intenções de integração regional “ Espero reunir os governadores do nordeste brasileiro, reativar a SUDENE para que o nordeste possa ser uma voz forte em conseguir uma política de desenvolvimento regional junto ao governo federal. Não haverá um RN forte, sem um nordeste forte. Temos que fazer com que o desenvolvimento regional, harmônico e igual, possa trazer desenvolvimento para o estado”, completou Alves.
Confira abaixo as principais perguntas e respostas realizadas durante a sabatina:
Perguntas para Robinson Faria
Atualmente as terceirizações pagam, por plantão, duas a três vezes mais que ao funcionário público. Qual a política pública que o candidato pretende desenvolver para atrair profissionais para o serviço público?
Robinson: Esse é um assunto bastante conhecido, a questão das cooperativas médicas. O nosso governo vai valorizar o servidor publico, tenho uma história de grandes parcerias com as categorias e o que eu puder fazer como governador eu vou fazer. Vamos fazer a carreira da medicina, para médicos e demais profissionais com carreira de estado, é um compromisso que assumo. Mas enquanto não temos esses quadros definidos vamos manter as parcerias com as cooperativas para atender as demandas da população.
De forma gradual vamos implantar a carreira de estado do medico, nutricionista, odontologistas e com isso dar dignidade à saúde do nosso estado. Meu grande sonho é que os médicos se sintam atraídos a trabalhar para o estado, e levar para a sua aposentadoria as produtividades que serão incorporadas no momento de sua aposentadoria, chegando ao limite máximo permitido pelo estado.
O estado através da secretaria de saúde pública, tem duzentos dentistas com vinte horas. Após o SUS, em 1991, nós não temos direito a plantões, gratificações e etc. Qual sua política para os dentistas? Você vai equiparar aos médicos com 40 horas?
Robinson:. Com relação a equiparação eu sou totalmente a favor, não há por que fazer diferença. Temos também que rever os plantões e a instalação da insalubridade. Essa equiparação pode contar com o nosso governo para tratar dessas questões.
Diante da falência das Apams, que são entidades filantrópicas de saúde nos pequenos municípios, que providencias serão tomadas nessas pequenas cidades que dependiam dessas Apams?
Robinson: Conheci varias Apams que prestavam serviço espetacular, em São José de Mipibu, Acari… e é deprimente você encontrar essas Apams em decadência por falta de assistência do estado. Vamos resgatar essas Apams, importantíssimas, principalmente para a questão dos partos e pequenas cirurgias, vamos revigorar o trabalho das Apams.
Qual a posição do candidato em relação ao Mais Médicos?
Robinson: Essa é a pergunta mais polêmica da noite por que eu tenho aliança com o PT, minha candidata para o senado é Fátima, e o PT foi quem criou o Mais Médicos. Não sou o dono da verdeje, nem tenho dependência de seguir rigorosamente a recomendação partidaria sobre o Mais Médicos, não vou ficar em cima do muro para agradar o PT ou ao Sinmed e instituições da saúde. Eu diria que a solução… o nosso governo vai criar o Mais Médicos do RN, com a criação do médico com carreira de estado.
Teremos o disso programa próprio, quando a assembleia aprovar o projeto de lei criando a carreira de estado. O Mais Médicos é uma lei nacional, acho que o programa precisa ser aperfeiçoado, eu concordo, mas não plenamente, com o Mais Médicos do Governo Federal. É preciso algumas adequações pois, foi feito com pressa, mas concordo com a falta de médicos nos interiores do estado. Isso será resolvido com a implantação dos médicos com carreira de estado.
Após oito mandatos de governo, com respeito ao calendário de pagamento, há atraso no pagamento do vencimento dos servidores. No seu governo será criado um calendário para ser rigorosamente cumprido? Enquanto a política salarial, podemos esperar o estabelecimento de uma data base para os servidores da saúde?
Robinson: Será cumprido rigorosamente, a saúde tem dinheiro, o que falta é gestão. Vamos combater o desperdício, criar uma central única de compras chamada “Compra justa”. No nosso estado temos que entender o momento que o Brasil quer, transparência, nós vamos reprimir o desperdício para que possamos ter dinheiro para realizar os pagamentos em dia.
Hoje existe a superlotação dos hospitais e maternidades do RN, o que o senhor pretende construir ou ampliar?
Robinson: Construir apenas um, o Hospital de Traumas e vamos reestruturar os demais. Temos 24 hospitais no RN e vamos acabar com a história do Walfredo Gurgel ser o vilão da saúde do RN. Vamos discutir com vocês quais serão os perfis dos hospitais, qual será o perfil do Walfredo? Ouvi sugestões de médicos do Walfredo Gurgel ser um hospital de urgências cardiológicas e neurológicas, e o hospital de trauma ser apenas para trauma. Assim teremos a condição de suprir as demandas que vem para Natal e implantar os consórcios regionais e aumento automático com a valorização das carreiras.
Por que todos os candidatos em campanha tem a saúde como prioridade mas, quando eleitos, esquecem da população que utiliza o SUS? Caso eleito o que o senhor vai fazer de diferente?
Robinson: Quero ser o governador da saúde e segurança, no meu governo quero ouvir vocês. Esse plano foi montado pelos colaboradores, servidores, mas quero dizer que teremos um governo muito forte na saúde. Sofri com um filho que teve que ir para o Rio de Janeiro por falta de leitos de UTI neonatal no RN. Nossa saúde terá que ser uma saúde humanitária, o secretário que for escolhido terá que ser além de um bom gestor, terá que ser solidário.
Farei um governo democrático. Dialogar com a categoria, ouvi-la. O governador nao é o dono do estado… Não teremos repressão, ao contrario, teremos um dialogo permanente.
Avaliaremos produtividade para medico, para se sentir estimulado.
Hoje os hospitais regionais estão sendo marginalizados… O governo do estado recebe o repasse da união e não investe nestes hospitais regionais. Vamos corrigir distorções: produtividade para o servidor e retorno do orçamento da união para os hospitais regionais.
Vamos equipar todos os hospitais. Vou convidar todos vocês e vamos visitar… Vamos fazer uma aliança para recuperar a saúde do estado.
Vamos fazer vistoria em todos os hospitais…o secretario de saúde terá que me apresentar um prazo para o bom funcionamento destes hospitais. Vamos deixar os hospitais funcionando na plenitude. Vamos fazer um mutirão para melhorar a saúde do estado.
Perguntas para Henrique Alves
Atualmente as terceirizações pagam, por plantão, duas a três vezes mais que ao funcionário público. Qual a política pública que o candidato pretende desenvolver para atrair profissionais para o serviço público?
Henrique: Há na câmara vários debates sobre o tema, o projeto foi votado na comissão de constituição e justiça, mas as centrais sindicais tomaram e impediram o dialogo e votação do projeto de terceirização. Eu trouxe o debate da terceirização para o Senado e esse assunto será debatido. Aqui no RN em relação a classe médica temos que fazer a carreira de estado, para que não possa ter mais pretexto para trazer outros profissionais. A saúde não espera por que é vida, e não pode ter seus recursos contingenciados. Vamos ter que usar os 12% dos recursos estaduais e implantar extra para chegar aos 14%.
Após oito mandatos de governo, com respeito ao calendário de pagamento, há atraso no pagamento do vencimento dos servidores. No seu governo será criado um calendário para ser rigorosamente cumprido? Enquanto a política salarial, podemos esperar o estabelecimento de uma data base para os servidores da saúde?
Um calendário não é favor de governante, se impõe. O servidor público tem que receber seu salário em dia. Sem a motivação e respeito ao servidor não adianta, o projeto pode ser maravilhoso mais não caminha, pois não se tem o empenho e reciprocidade, assim tudo emperra.
O que o candidato vai fazer com a situação dos servidores municipalizados diante da lei 511 que congela o salário o salário dos referidos servidores?
Henrique: É uma preocupação antiga que sequer foi respondida pelo atual governo. É um assunto para me debruçar sobre ele, não farei aqui demagogicamente uma promessa que não poderia cumprir. Com a categoria podemos discutir o que é possível, em que seguimento, em que direção.
Diante da falência das Apams, que são entidades filantrópicas de saúde nos pequenos municípios, que providencias serão tomadas nessas pequenas cidades que dependiam dessas Apams?
Henrique: É a maior reclamação que encontro onde vou no RN, as Apams que tinham uma colaboração em convênio com o governo do estado simplesmente deixaram de ter. Mossoró praticamente não se nasce mais ninguém, a situação está tão grave que praticamente não tem mais maternidades lá. Temos que cuidar disso por que há cidades do interior que só contam com elas, e com esse fechamento tem que buscar assistência no Ceará.
Tem que ser restabelecido, essas Apams prestam inestimável e insubstituível auxilio, realizaremos tentativa de restabelecer a participação do estado para que as entidades filantrópicas possam se manter. Podemos até estabelecer com as Apams metas a serem cumpridas e quem cumprir recebe remuneração justa.
Hoje existe a superlotação dos hospitais e maternidades do RN, o que o senhor pretende construir ou ampliar?
Henrique: Prometer construir seria uma irresponsabilidade nesse momento. Temos que reestruturar o que existe. Temos estrutura básica precária, temos é que tentar buscar recursos que o estado sozinho não vai ter. Prometer é um discurso demagógico que não se tem capacidade pra fazer. Temos que trazer parcerias sim, ajudar os municípios na media complexidade. Esses hospitais que estão aí quase como elefantes brancos, isso é um desrespeito.
Há um acordo salarial com reajuste anual de 10% com médicos e cirurgiões bucomaxilo facial, o senhor cumprira e manterá esse acordo?
Esses acordos estão sendo votados agora e estranho que não tenham sido feitos no inicio do governo. Esses acordos vamos tratar com muito respeito sim, é com essa seriedade que vou tratar o assunto sim, não vou chegar contra Rosalba e desfazer tudo o que ela fez, o que foi assumido trata de ser cumprido, pois foi firmado pela maior autoridade do estado. Mas não posso negar que preciso conhecer as finanças publicas do RN.
Sabemos que a falta de recursos humanos eh um dos pontos críticos da saúde, qual o projeto para sanar?
Henrique: Isso vai bater nos recursos orçamentários e fiscal, não posso prometer concursos, claro que o ideal são pessoas qualificadas e concursados para preencher essas enormes lacunas que estão ai. Quando reestruturarmos os hospitais regionais com a parcerias vamos precisar, temos se pensar como abrir concursos seletivos e pontuais para suprir as necessidades, depois de se avaliar as possibilidades fiscais.
Qual a posição do candidato sobre o Mais Médicos?
Henrique: O senador caiado foi um grande defensor de alterações no mais médicos, defendendo modificações. Primeiro o revalida, essa e uma questão que diminui o Brasil como país, chega em qualquer país há essa exigência e se cumpre. E a questão dos salários, estão pagando R$10 mil que é o dobro de um profissional que trabalha no nosso país. É uma condição esdrúxula. Sei que a proposta do sindicato é um pisoo de R$10 mil por 20h, vamos discutir essa proposta. Temos que respeitar o contrato de três anos do mais Médicos, mas enquanto isso vamos repensar a carreira do medico. Serei parceiro nessa luta por que não é favor nenhum, é uma questão de respeito aos nossos profissionais.
Em abril deste ano a Rosalba sancionou a lei que prevê aumento salarial aos servidores, mas excluí os servidores cedidos . Apesar do vinculo com o estado esses servidores tem sido marginalizados por parte do estado e município.
Qual sua visão sobre este problema e o que o sr fará para resolver essa situação?
Henrique: É uma distorção, é uma lei e lei é para se cumprir. Dessa maneira estranha uma penalização dos servidores do estado criando uma classe a e b. Acho que isso deixa muito mal o estado e me admira que a Assembleia não tenha feito uma correção dessa distorção. Temos que avaliar o que se pode fazer após um levantamento minucioso da situação do estado.
Reconheço que é uma distorção, me disporei a cuidar com transparência e diálogo.
Como será sua relação com o conselho estadual de saúde? No seu governo a mesa de negociação estadual será reativada na Sesap?
Henrique: Nada melhor pro estado que assim aconteça, esse é o caminho que você antecipa os problemas, ter um dialogo respeitoso, mas agora um dialogo verdadeiro. Não há mais espaço no RN para nenhum tipo de esperteza, a situação do estado é muito grave, estamos perdendo investimentos de empresários que não estão vindo pela questão da segurança pública, como você pode ter uma saúde de qualidade sem arrecadar? Dar uma educação de qualidade se você não tem receita? Nosso estado eh muito rico, energia eólica, sal, fruticultura, principais indústrias têxteis do Brasil estão aqui, temos imenso potencial com o aeroporto novo que é ponte de partida. Vamos atrair empresários, arrecadar e poder investir na saúde.
Após o SUS, em 1991, nós não temos direito a plantões, gratificações e etc. Qual sua política para os dentistas? Você vai equiparar aos médicos com 40 horas?
É uma questão que terei que examinar, quantificar e ver as propostas. Eu terei que ser convencido da matéria para fazer, mas terei toda paciência do mundo para discutir para saber se é justo, necessário e bom para o momento. O primeiro passo, não tenha duvida, é o equilíbrio fiscal desse estado.
Como pretende administrar o setor de compras na secretaria de saúde?
Será de extremo rigor, será uma administração feita de forma transparente para conciliar o melhor preço com qualidade. Não cabe mais nessa área que tem que dar exemplos de postura ética, isso contamina ou para o bem ou para o mal. Questão de compras vou cuidar em todas as áreas, terá que ser um gestor competente, da área, e que se disponha a realizar o serviço e se comprometer.