Relações de Trabalho e sindicalismo pautaram Fórum Trabalhista do NE

21/02/2011

Relações de Trabalho e sindicalismo pautaram Fórum Trabalhista do NE

21/02/2011

Representantes das entidades médicas de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Sergipe e Bahia, participaram nos dias 18 e 19 de fevereiro, do Fórum Trabalhista Regional e do Encontro Sindical do Nordeste, no Hotel Sete Colinas, em Olinda -PE. O evento foi uma iniciativa conjunta da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e Federação de Médicos do Nordeste (Fenamed), e incluiui em sua pauta temas como: organização, financiamento, diagnóstico sindical, relações de trabalho, precarização, aspectos históricos do sindicalismo, privatização da saúde, entre outros.

Os trabalhos foram abertos com as boas vindas do presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Silvio Rodrigues, destacando o momento histórico para o movimento médico, visando definições e estratégias de luta nos serviços público e privado, além da saúde suplementar.

Logo depois, o presidente da Federação de Medicos do Nordeste (Fenemed), Tarcísio Dias, colocou em pauta a aprovação do estatuto de entidade. Os médicos apresentaram uma série de propostas de mudanças para adequar o documento à atual conjuntura política e sindical.”As mudanças são necessárias, uma vez que o estatuto estava defasado em alguns de seus principais artigos. Avançamos para um estatuto moderno que possa atender as demandas e as lutas sociais dos médicos, da sociedade e da saúde pública”, assinalou.

Discussões e questionamentos – Outro tema relevante do evento foi o financiamento/funcionamento da Federação, com a participação de cada sindicato, da Fenam e periodicidade dos eventos. Os representantes das entidades médicas nordestinas discutiram suas realidades econômicas, fizeram questionamentos, apontaram preocupações, bem como apresentaram propostas durante os debates.

No começo da tarde, sob a coordenação do secretário de Relações do Trabalho da Fenam, Antônio Jordão, foi apresentado o questionário já encaminhado aos sindicatos médicos sobre o diagnóstico sindical e das relações de trabalho. O assunto foi amplamente debatido, com posicionamentos em relação à autonomia, o papel da organização sindical, além das lutas específicas da categoria médica em cada estado.

Cartão vermelho para as Organizações sociais – Por fim, as propostas para o movimento médico do Nordeste, com experiência da Bahia com a fundação estatal para o PSF. Os estados de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Amazonas e São Paulo criticaram com ênfase o modelo das OSs (Organizações Sociais) e das OSCIPs (Organizações da Sociedade Civil para Interesse Público). Os médicos reafirmaram que essas organizações representam a precarização da gestão de serviços de saúde, porque atentam contra os princípios e diretrizes do SUS.

Formação Sindical

Os aspectos históricos do Sindicalismo Médico e a importância que os sindicatos representam para a sociedade em geral também foram expostos durante o encontro. O representante da Secretária de Assuntos da Saúde do trabalhador da CUT-PE, João Rufino, destacou que os médicos pertencem a uma categoria que está bem representada em todo território nacional. Outro ponto foi o papel que os sindicatos exercem na sociedade e sua organização, tema da palestra do professor de Pós Graduação de Ciências Políticas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Michel Zaidan, que defendeu que as lutas em que os médicos tem se empenhando nos últimos anos ajudou a transformar a história da saúde pública no País e a valorização da profissão.

Privatização da Saúde

Representando o estado de Sergipe, o presidente do Sindimed-SE, José Menezes, abordou o tema: Privatização na saúde como contra-reforma. “É preciso intensificar a luta contra a terceirização da saúde pública do Brasil”,defendeu.

Comunicação Eficaz

A força dos sindicatos e suas mobilizações foram caracterizados como os fatores quem impulsionam a valorização dos médicos em seus estados. A presidente do Sindicato dos Médicos do Piauí, Lúcia Santos, atribuiu a forma como as entidades médicas sindicais atuam em defesa do profissional com responsáveis por um sindicato bem sucedido. A comunicação também foi um destaque várias vezes citados. Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Maranhão, Adolfo Paraíso, é necessário investir nos meios de comunicação e tirar proveito das novas mídias tecnológicas para divulgar as mobilizações, movimento, lutas e reivindicações. Em seguida, a gerente operacional do Sindicato dos Médicos de Rio Grande do Sul (Simers), Helena Scheurmann, enfatizou os debates anteriores reafirmando que a comunicação é um trunfo para os sindicatos, assim com toda a estrutura e serviços que a entidade disponibiliza aos médicos.

Ordem do Dia

Por fim o presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) encerrou os debates com exposições sobre a pauta prioritária do sindicalismo médico. O palestrante enumerou algumas pontos que contemplam a ordem do dia dos movimentos médicos: carreira médica, saúde suplementar, terceirização da saúde pública, salário mínimo profissional, mercantilização do ensino e implantação da CBHPM.

Após o encerramento dos trabalhos ficou deliberado que as lutas dos médicos do Nordeste sejam unificadas em relação ao piso salarial, a carreira estado e medicina suplementar (CBHPM). Vale destacar as presenças dos representantes dos Sindicatos Médicos do Amazonas e Paraná que também enriqueceram os debates com suas propostas e esclarecimentos.

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