Pronto-socorro do Santa Catarina funciona em situação precária

09/07/2012

Pronto-socorro do Santa Catarina funciona em situação precária

09/07/2012

O Sinmed visitou hoje (9/7) o pronto-socorro infantil do hospital Santa Catarina para verificar a denúncia de falta de condições de trabalho dos profissionais que atuam na unidade.

Foi constatado que existe apenas um plantonista por turno quando deveria existir três, o que inviabiliza o atendimento adequado aos pacientes. De acordo com a plantonista da manhã que trabalha no hospital há 16 anos, Dra Hígia Macêdo, a falta de médicos para cobrir a escala é um problema que se estende há muito tempo. “Imploramos uma providência da Sesap há mais de um ano. Já notificamos, solicitamos e aguardamos que seja solucionado”, declara.

O pronto-socorro do hospital Santa Catarina – o único no município que pode realizar a internação do paciente – atende em média 8000 crianças por mês, entre primeiro atendimento e retorno. Hoje são apenas 19 médicos para cobrir a escala e, mesmo assim, alguns destes estão doentes, afastados do trabalho por atestado médico.

Além do grave problema da falta de profissionais para atender a demanda do hospital, foram relatados ainda falta de material de insumo, medicamentos, pessoal de apoio e estrutura física precária. 

A sala de repouso dos médicos tem mofo por todas as paredes. O estado é precário. A televisão, o sofá e a geladeira foram colocados lá pelos próprios profissionais, pois o hospital não oferece condições mínimas para o descanso do médico.

A sala de raio-x está desativada há dois anos, o que obriga os pacientes a se deslocarem até o hospital Maria Alice para realizar o procedimento. “As pacientes tem que realizar um verdadeiro tour para completar o atendimento”, relata a Dra Hígia Macêdo.

Foi o que aconteceu com a dona de casa Claudete Gomes, que mora no município de Extremoz e trouxe sua filha de apenas 2 anos de idade para o hospital Santa Catarina. A garota precisou fazer o raio-x no Maria Alice, porém a mãe aguardou por 3h a ambulância que não veio. Percebendo a gravidade do problema Claudete teve que pagar um táxi para ir realizar o exame da filha e depois retornar para o Santa Catarina. “Esse dinheiro vai me fazer falta. Ajudaria na feira do mês e até mesmo para comprar as 10 injeções que minha filha tem que tomar e está em falta no hospital”, lamenta .

Dulcicleide Teixeira, que reside em Maracajaú, também passou pelo mesmo problema no mês passado com sua filha que apresentava cansaço e febre. Ela esperou por 48h a ambulância que, como de costume, não apareceu. Cansada de esperar, também teve que pagar um táxi para realizar o exame.

A vinda destes pacientes dos municípios da grande Natal e do interir é outro fato apontado pelos médicos como motivo da superlotação do pronto-socorro. Alguns destes pacientes necessitam de atendimento ambulatorial, mas em muitos municípios o atendimento médico é inexistente, o que obriga a população a se aglomerar nos hospitais da capital.

O Sinmed registrou ainda que vários medicamentos estão faltando na farmácia, inclusive plasil e dipirona, remédios básicos para que o pronto-socorro funcione. Além disso, foram flagradas crianças deitadas em leitos sem lençol, com risco de contaminação, um total desrespeito com a população.
 

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