Prefeitura descumpre acordo com médicos

21/12/2011

Prefeitura descumpre acordo com médicos

21/12/2011

A Prefeitura do Natal não cumpriu o calendário de pagamento, conforme acordo fechado com a Cooperativa dos Médicos do Rio Grande do Norte, e o atendimento de alta e média complexidades continuará suspenso para os pacientes do Sistema Único de Saúde, nas unidades contratadas pelo SUS. A decisão foi tomada ontem à noite diante do descumprimento do acordo, que previa o escalonamento da dívida de R$ 4,2 milhões em três parcelas. Pelo o acordo, a primeira deveria ter sido paga ontem, mas a prefeitura não fez o depósito alegando que bloqueio de recursos, segundo afirmou o presidente da Coopmed-RN, Fernando Pinto.

"Desde a semana passada, somente as cirurgias de emergência estavam sendo realizadas por médicos cooperados. Nesta semana, com a adesão à paralisação da Cooperativa de Médicos Anestesiologistas do Estado (Coopanest), todos os tipos de cirurgias não estão sendo realizadas", informou Fernando.

A reportagem tentou entrar em contato com a secretária municipal de Saúde, Maria do Perpétuo Socorro, para esclarecer os motivos do bloqueio nas contas da Prefeitura, mas ela não foi encontrada. A proposta da Prefeitura incluía o pagamento dos R$ 4,2 milhões em três parcelas, sendo a primeira no dia 20 de dezembro, a segunda em 3 de janeiro e a última dia 12 de janeiro de 2012.

Os médicos plantonistas das unidades municipais de saúde estão sem receber repasses dos meses de outubro e novembro. "O atraso de R$ 4,2 milhões também envolve o pagamento dos médicos plantonistas de algumas unidades de saúde da capital, entre elas, Sandra Celeste, Maternidade Leide Morais, Hospital dos Pescadores e Maternidade das Quintas", explicou Fernando Pinto. A crise decorrente da dívida da prefeitura atinge diretamente a formação dos plantões dessas unidades.

Enquanto médicos e poder público não chegam a um acordo, quem sofre é a população, especialmente a mais pobre, que não tem condições de contratar um plano de saúde. Na manhã de ontem, Cássia de Oliveira levou pela segunda vez o marido Fernando Junior, com sintomas de febre, dor cabeça e vômitos ao Hospital dos Pescadores, nas Rocas. Após a realização do exame de sangue, o paciente teve que ficar do lado de fora da unidade, no chão, até as 14h. "Após muita reclamação, trouxeram uma maca para o meu marido. Sobre a demora no atendimento, nos informaram que só havia um médico atendendo às urgências, devido a greve", lamentou Cassia.

ORTOPEDIA
Sobre a greve dos médicos ortopedistas do Hospital Regional Deoclécio Marques em Parnamirim, o secretário estadual de Saúde, Domício Arruda, informou que o pagamento referente aos dois meses em atraso, devem ser pagos até a próxima sexta-feira. Segundo o secretário, um contrato emergencial de seis meses será firmado entre o Estado e os médicos ortopedistas, pois a renovação do contrato não pode ser renovado porque a secretaria está realizando o pagamento em atraso em forma de indenização.  

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