05/10/2016
05/10/2016
Algumas ideias são críveis porque se pode provar serem verdadeiras, outras nascem simplesmente de uma visão de mundo e não são suportadas pelos fatos. Quando essas crenças impactam a economia, que tem recursos finitos, precisam ser comprovadas, sob pena de terem efeitos devastadores sobre as pessoas. As falácias não são ideias loucas, são antes plausíveis e lógicas, mas não são reais, mas por serem plausíveis são encampadas politicamente, transformando-se em políticas e programas de governo, com impactos econômicos e sociais desastrosos. Uma palavra mágica é Igualdade, e a tentativa de transformar igualdade perante a lei em igualdade de condições, tem alimentado muito da disputa ideológica e política. Se isso afronta a lógica, se requisita hipocritamente enganos ou mentiras para denunciar injustiças que precisam ser reparadas. Elas se espalham em questões como livre comércio, distribuição de renda, desigualdade entre raças, entre homens e mulheres, nos resultados da educação, na discriminação do trabalho, nas políticas urbanas, criminalidade e violência. A prática mais perigosa é, sem submeter a assertiva à prova dos fatos, simplesmente considerá-la boa ou má de acordo com uma visão ideológica pré-existente de mundo. Charles Sanders diz que muito do que as pessoas têm como verdade, são vagas sombras de ideias, tão sem sentido que até faltam evidências para que sejam falsas. Muitas falácias ocupam o mundo das ideias de hoje, e visam à divisão da sociedade, para adequá-la a ideologia de um partido, ou à conquista de grupos militantes que venham a defender essas políticas. As palavras têm poder. Justiça e igualdade, embora possam ser coisas distintas para as pessoas, são vocábulos tão fortes, que inibem o confronto de ideias, ninguém quer ser apontado como defensor do que é injusto ou contra a igualdade entre as pessoas. Há muitas razões para que as ideias falsas permaneçam por muito tempo, líderes de causas e movimentos, intelectuais e acadêmicos não querem perder prestígio e poder ao verem suas ideias fracassarem, e ao mesmo tempo às pessoas que acreditaram estar ajudando os menos afortunados é doloroso ver que estão pior que antes. Para Thomas Sowell, em Economia: Verdades y Mentiras, Evidências que desmascaram erros, enganos ou mentiras são perigosas do ponto de vista político, financeiro e psicológico para as pessoas ou partidos, que as sentem como uma ameaça aos seus interesses ou à imagem que tem de si mesmos.
*Artigo de Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, publicado no Novo Jornal, dia 05/10/2016.