29/03/2015
29/03/2015
Não tenho certeza do rumo que a Secretaria Estadual de Saúde está dando aos graves problemas que enfrenta para dar uma assistência digna aos cidadãos de Rio Grande do Norte. Mas sei de um grande equívoco, que acompanhou o Prefeito Carlos Eduardo até pouco tempo e parece acompanhar o Governador Robinson, a ilusão de que a aproximação com o PT, e a nomeação de seus filiados para cargos gerenciais poderá milagrosamente abrir os cofres de Brasília e ajudar a superar a terrível desassistência na saúde. A experiência de quem tem assistido várias gestões acreditarem nesse conto do vigário, me faz suspeitar dessa miragem. Como um partido que só olha para seu umbigo e suas teses, grande parte delas sem sustentação técnica, se tratando apenas de politicalha, que tem destruído o atendimento psiquiátrico, que tem tentado fazer retroagir a assistência obstétrica aos primórdios do parirás entre dores, que destruiu a assistência primária substituindo os médicos do Programa de Saúde da Família por técnicos cubanos ou capitães do mato cubanos que receberam no Brasil titulação de médicos intercambistas, que precarizou as relações trabalhistas com o Provab e até usou mão de obra análoga ao trabalho escravo no Mais Médicos, que criou a EBSERH, uma empresa para gerenciar os hospitais universitários prometendo revolucionar essa administração e hoje vê desabastecimento e escalas sendo completadas por profissionais pagos pelo município de Natal, que imaginava acesso ao cofre federal e hoje o subsidia, ajudar a gestão estadual?
A lógica que move a política de saúde do PT é a mais retrógrada e ultrapassada, seguindo uma cartilha da OMS, que tenta implantar no Brasil uma assistência de terceiro ou quarto mundo e um manual ideológico onde o fim da assistência não é a assistência e a saúde, mas a manutenção do poder dentro do plano de remodelar a sociedade.
A política de saúde do Governo Federal é um fracasso, como quase tudo que foi tentado ao longo desses doze anos e agora desmorona. É aí entrou também a cumplicidade de estados e municípios, reféns da política do “pires na mão” e da subserviência. Há muito trabalho pela frente para reconstruir a saúde e o País.
Dr. Geraldo Ferreira – Presidente Sinmed RN e Fenam
*Editorial publicado na coluna Sinmed em Ação, dia 29 de março de 2015.