20/10/2014
20/10/2014
As condições de trabalho não são as melhores. A política governamental de valorização profissional, também não. Mesmo assim, a classe médica comemora com orgulho o dia de hoje dedicado ao profissional da medicina, impulsionados pelo orgulho de poder trazer e salvar vidas. Na tarde de hoje, médicos do Rio Grande do Norte relembrarão o dia deles em uma caminhada que partirá às 15h da sede da Associação Médica do estado num percurso de ida e volta até o shopping Midway Mall.
A intenção, segundo dizem, é mostrar para a sociedade que a classe médica vive em função dela. Na ocasião, eles também estarão defendendo a política e o plano de governo apresentado pelo candidato à Presidência da República Aécio Neves (PSDB). O presidente do Sindicato dos Médicos do estado (Sinmed/RN), Geraldo Ferreira, relembra que a medicina ainda é uma das profissões que atrai mais vocacionados que, desde cedo, apresentam o zelo e a vontade de cuidar das pessoas.
“É uma profissão que se caracteriza por um numero muito baixo de profissionais que desistem. É uma relação de amor. O mundo todo precisa, respeita e admira seus médicos”, diz.A partir da insatisfação popular diante da saúde pública o atendimento de qualidade tem sido uma luta permanente da categoria.
O presidente do Sinmed estima que cerca de duas mil pessoas, entre médicos e familiares devam participar da caminhada de hoje. “É um orgulho essa nova postura que os médicos assumem ao sair às ruas exercendo a sua democracia e emitindo sua opinião. Estão dando uma lição de fidelidade e democracia, defendendo o bem estar da sociedade brasileira”, comemora. Para uma profissão em que é preciso, antes de tudo, gostar de cuidar das pessoas, independente da raça, religião ou classe social, salvar vidas ou pelo menos solucionar problemas, combatendo e acabando com mazelas que se abatem contra a saúde das pessoas é o que impulsiona o médico a executar o seu ofício.
Obviamente, existe na medicina bons e maus profissionais, mas os exemplos de quem ama a profissão se multiplicam em maior intensidade nas mais diversas especialidades. O jovem médico oftalmologista Diego Sampaio, 30, é um dos que declara seu amor à medicina.
O sonho de criança era ser veterinário, mas o destino o encaminhou para cuidar não de bichos, mas de pessoas. “Hoje sei que foi a escolha certa. Privei-me de muita coisa para passar no vestibular e mais ainda quando estava na faculdade, mas o desejo de cuidar e de conseguir melhorar a saúde das pessoas é maior”, declara.
Na primeira tentativa, em 2001, não conseguiu passar no ainda tradicional vestibular da UFRN. Foi preciso se preparar melhor e chegava a estudar dez horas por dia. O esforço valeu a pena e no ano seguinte, ele conseguiu aprovação na federal potiguar e em mais três do Nordeste, sendo duas em Pernambuco e uma na Paraíba, mas escolheu a UFRN.
A oftalmologia veio depois de seis anos de curso, quando iniciou a residência médica, onde passou três anos se especializando. “Escolhi essa área porque tem um grau maior de resolutividade. A sensação de salvar a visão de uma pessoa depois de uma cirurgia de catarata, por exemplo, é indescritível. Não tem preço”, relata. Apesar do prazer no ofício, a vida de médico, diz, não é um mar de rosas. Muitas vezes, para não faltar aos seus pacientes, o médico abre mão até das refeições. Na tarde da última quarta-feira, já passava das 16h e ele não havia almoçado, contudo, mostrava-se satisfeito pela recuperação de 25 pacientes que foram cirurgiados por ele durante a semana.
“Médico tem que sentir emoção pelo que faz. Tem que gostar de gente. Tratar o paciente como se fosse um familiar seu. Quem nasceu para isso não tem como não abraçar essa profissão como sendo a sua vida, mesmo com as dificuldades de trabalho”, destaca o médico.
*Veja a matéria completa na versão flip do Novo Jornal, data 18/10/2014. Clique aqui.