06/03/2013
06/03/2013
O fim de uma greve não é o fim da Luta. Agradeço sensibilizado aos que bravamente resistiram, enfrentaram perseguições, corte de ponto, corte de salário e até processos por defenderem a dignidade do nosso trabalho.Com a cabeça erguida e o coração cheio de orgulho de nossa categoria posso clamar – Não fomos omissos. Defendemos as bandeiras históricas de carreira médica, piso Fenam, mas também o fim de internamento em corredores, o abastecimento das unidades, exigimos leitos de internamento e de UTI, combatemos a terceirização e sua irmã siamesa a corrupção, impedimos fechamento de unidades, bloqueamos desativação de serviços, lutamos por dignidade no atendimento à população. Denunciamos o governo estadual desde delegacias de polícia à corte interamericana de direitos humanos. Alguns até pensam que a greve foi longa e nos desgastou. Talvez fisicamente, mas moralmente nada podia ser diferente, nosso dever é denunciar, propor soluções, nos mobilizarmos, irmos à luta, como fizemos e combater o bom combate. Aos que participaram ativamente do movimento, o agradecimento sincero do Presidente do Sinmed, aos que nos apoiaram, mesmo não estando na linha de frente, minha gratidão, aos que não acreditaram ou fraquejaram na luta, meus desejos de que renovados estejamos juntos nas próximas batalhas. A decisão da justiça foi sábia. Ao mesmo tempo que exigiu o fim da greve, determinou ao Sindicato e ao Governo três rodadas de negociação no mês de março, para avançarmos na discussão da pauta. Determinou ainda ao governo sensibilidade para responder fundamentadamente aos pleitos dos médicos. A decisão da Assembleia de 05 de março foi cumprir a decisão judicial de retorno ao trabalho e permanecer em Assembleia permanente para acompanhar as rodadas de negociação e seus possíveis avanços ou impasses. Alguns acham que continuaremos sem conseguir o que pleiteamos. Eu, acostumado a tantas lutas e batalhas, penso diferente. É certo que tivemos greves fortes, históricas e avanços memoráveis, mas nenhum deles foi sem negociação, embora reconheça, que com uma pressão maior da categoria sobre o governo. Tivemos um grande ausente nesses meses, o legislativo, nossos deputados médicos, que em governos prévios e em greves anteriores foram muito importantes para os resultados obtidos. Mas enfim, fizemos o que devíamos ter feito, não nos omitimos, lutamos com coragem, empunhamos a bandeira do certo, enfrentamos as dificuldades de termos do outro lado um governo insensível e autoritário. Não guardo arrependimentos, faria tudo de novo, ou melhor, não demorará muito e faremos tudo de novo. Obrigado a todos, tenho cada vez mais orgulho de ser médico e de minha categoria. Nossas bandeiras de lutas permanecem, cabe a cada um defendê-las, o que foi semeado cedo ou tarde florirá.
Geraldo Ferreira – Presidente Sinmed RN