03/09/2012
03/09/2012
Uma paralisação nacional na saúde suplementar, por 15 dias, a princípio, é a ideia deliberada pela Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU) das entidades médicas. Os dirigentes optaram por um protesto mais amplo já que as negociações com as operadoras de planos de saúde não obtiveram os avanços esperados. A proposta foi aprovada na reunião ampliada da Comissão composta por representantes da Federação Nacional dos Médicos (FENAM), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB). Realizada na última sexta-feira (31) a reunião contou com representantes de sindicatos médicos, conselhos e associações regionais.
O secretário de saúde suplementar da FENAM, Márcio Bichara, explicou como deve funcionar. "O movimento decidiu radicalizar um pouco. A partir do dia 10 de outubro, haverá suspensão dos atendimentos por 15 dias e em seguida serão feitas assembleias locais de avaliação. Os estados terão autonomia para escolher os planos a serem suspensos. As urgências e emergências continuarão funcionando normalmente".
Ele frisou que a população não será prejudicada e que os clientes de consultas eletivas serão reembolsados pela sua operadora por um valor definido pelo estado, o qual deve ser de aproximadamente 80 reais.
O vice-presidente do CFM, Aloísio Tibiriçá, pediu que a categoria se organize ao longo do mês de setembro e lembrou que uma coletiva de imprensa será feita um dia antes do protesto para mobilizar a mídia e motivar os médicos.
Também na ocasião foi destacada a Pesquisa APM-Datafolha , na qual 77% dos usuários de planos de saúde sofreram algum problema com o atendimento nos últimos dois anos no Estado de São Paulo. Foi apresentada pelo presidente do CFM, Roberto Dávila, uma proposta para que as entidades debatam sobre desvincular as consultas dos planos de saúde.
"A ideia será levada para as entidades. Vamos amadurecer a lógica de no futuro o usuário comprar o plano desvinculado da consulta, já que o embate com as operadoras está cada vez pior. Com isso preservaríamos a relação médico-paciente", completou Bichara.