Mobilização Nacional: médicos cobram de gestores respeito e qualidade na assistência à Saúde

26/10/2010

Mobilização Nacional: médicos cobram de gestores respeito e qualidade na assistência à Saúde

26/10/2010

Com o objetivo de sensibilizar gestores públicos, parlamentares e a sociedade civil,a Federação Nacional dos Médicos, Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, organizaram na terça-feira (26) a Mobilização Nacional pela Valorização da Assistência, que levou médicos de todas as regiões do país às ruas de Brasília, para reivindicar por melhores condições de trabalho, mais financiamento para o setor Saúde e assistência de qualidade à população. A ação faz parte das comemorações do dia do médico, celebrado no dia 18 de outubro.

Reunidos em frente ao Ministério da Saúde, vestidos de branco, centenas de médicos manifestaram suas preocupações frente aos inúmeros problemas que a Saúde vem enfrentando. Depois, caminharam até o Congresso Nacional e em coro diziam: "O médico vai lutar e a Saúde vai mudar!" e "Médicos na rua, a luta continua!"

Durante o ato, um documento com as principais reivindicações do setor, foi entregue ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e às lideranças partidárias. Entre elas a imediata regulamentação da Emenda 29, que fixa os percentuais de gastos com Saúde, mais condições de trabalho e remuneração adequada.

"Este movimento representa que os médicos estão dando um recado à população brasileira e especialmente aos governos. Representa que os médicos têm muito o quê contribuir para uma política de saúde que seja consistente e que tenha poder de solução de problemas, além disso, representa uma manifestação de vontade e de coragem dos médicos," destacou o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalhaes.

"Hoje os médicos estão saindo às ruas para serem ouvidos de dois lados. Um deles, para convocar a sociedade para uma aliança, em defesa de uma assistência de qualidade neste país, que seja capaz de respeitar a dignidade de cada cidadão e de outro lado, estamos gritando aos gestores para que eles possam ouvir o clamor que existe dentro da nossa sociedade para a que a vida venha a ser respeitada e respeitada em abundância", completou o vice-presidente da entidade, Eduardo Santana.
 

Principais reivindicações

Mais recursos para o SUS – pela imediata regulamentação da Emenda 29. Atualmente, o Brasil é o país de sistema universal de acesso à Saúde com menor financiamento público.

Mais regulação na saúde suplementar – pela atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na relação entre os médicos e os planos de saúde.

Mais condições de trabalho e remuneração – pela adoção do PCCV e da CBHPM; pelo reajuste dos valores da Tabela SUS; pelo fim da precarização e da terceirização do trabalho médico; pela criação da Carreira de Estado dos médicos no SUS.

Mais qualidade na assistência – pela adequada regulação do sistema para garantir a integralidade das ações de saúde com a hierarquização do atendimento e por melhores condições para o trabalho médico e dos demais profissionais de saúde.

Mais eficiência na gestão – pela qualificação e profissionalização da gestão pública dos serviços de saúde.

Mais qualidade na formação médica – pela limitação na abertura de novas escolas médicas no Brasil e pela exigência de ensino de qualidade naquelas em funcionamento.

Mais respeito às entidades representativas – pela valorização da representação dos médicos no cenário político, que devem ser ouvidas pelos gestores e parlamentares no momento de tomar decisões que afetam a saúde da população e o trabalho dos profissionais médicos.

 

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