03/11/2014
03/11/2014
Na última quarta-feira (29), o presidente e a vice-presidente da ANMR, Marcelo Barbisan e Naiara Balderramas, encontraram-se com o Secretário de Ensino Superior, Dr Paulo Speller, para reinvindicar entre outras coisas, o aumento da bolsa-residência.
Na reunião estavam presentes também o Dr Vinícius Ximenes e a Dra Sonia Regina, representando o Ministério da Educação e a Coordenadoria Geral das Residências em Saúde, respectivamente. Foi entregue um ofício com as solicitações e após argumentações optou-se por fazer um levantamento dos impactos das mudanças solicitadas e das alternativas possíveis, com uma nova reunião a ser agendada para janeiro.
Confira o ofício com as reinvindicações dos Médicos Residentes
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS RESIDENTES – ANMR
Fundada em 1967 – CNPJ 90758988/0001-45
Registro nº 000068616, 10/03/2010 –2º Of. de Reg. de Pessoas Jurídicas, Brasília/DF
anmr@anmr.org
Ofício 05/2014
Brasília, 29 de outubro de 2014
Assunto: Reinvindicações dos Médicos Residentes
Ao Senhor Secretário de Ensino Superior Paulo Speller,
Prezado Secretário, a saúde pública vem passando por profundas mudanças nos últimos anos, porém a residência médica continua sendo a melhor estratégia, tanto para formar quanto para fixar o médico especialista. A importância do profissional médico especializado é tamanha que está nos principais tópicos do governo atualmente, seja através do aumento no número de vagas de residência, seja por meio da valorização da Medicina de Família e Comunidade. Apesar desta estar voltada ao atendimento básico, também necessita passar por uma especialização na forma de residência médica.
Porém, não vemos a qualidade dos serviços acompanhar essa valorização. Pelo contrário, os hospitais universitários estão cada vez mais sucateados. A falta de infraestrutura, associada à carência de insumos e de preceptoria são as principais queixas que recebemos dos residentes. E apesar destas serem mais frequentes nas regiões mais periféricas e afastadas, observamos os mesmo problemas nos grandes centros também.
Somos atualmente 34.546 médicos residentes em todo país, constituindo força de trabalho imprescindível ao SUS. Historicamente, sempre foi preciso fazer greves e paralisações para alcançar melhorias na residência médica. Melhorias geralmente representadas somente pelo aumento da bolsa-residência. Todavia, temos muito mais reinvindicações:
– Fim da carência de 10 meses do INSS;
– Formalização do auxílio moradia, que apesar de previsto em lei não é pago/disponibilizado pela maioria dos serviços;
– Remuneração formal da preceptoria; e
– Equiparação do valor de todas as bolsa de residência ao valor pago às residências de MFC, ao PROVAB e aos “bolsistas” do Mais Médicos. Não há especialidade superior a outra, e isso deve refletir-se no valor de todas as bolsas.
Acreditamos que a escolha da especialidade deve ser baseada no interesse pessoal e na vocação, e não devendo ser imposta. Durante o processo de formação, todas as especialidades tem a mesma importância. O incentivo à Medicina de Família e Comunidade deve ser feito através da melhoria do mercado de trabalho e dos salários, e não apenas da bolsa de residência. Assim como outras áreas também são básicas, tal como pediatria, clínica médica, cirurgia geral e ginecologia/obstetrícia e de importância imensurável à sociedade.
Solicitamos por último, a formação de um grupo de trabalho com representantes de todas as entidades envolvidas no pagamento das bolsas de residência, de modo a viabilizar esse aumento. Caso não seja possível, teremos que organizar novas paralisações e greves.
Atenciosamente,
Diretoria 2014 ANMR
Fonte: AMB