12/08/2010
12/08/2010
Os 22 mil médicos residentes deflagram greve a partir do dia 17 de agosto em todo o país. A categoria, que atua nos serviços ligados ao Sistema Único de Saúde (SUS), luta por reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, congelada desde 2006 em R$ 1.916,45. Desde abril, os residentes buscam negociação com os ministérios da Saúde e da Educação sobre suas reivindicações, mas até hoje não houve proposta que assegurasse valorização dos profissionais e proporcionasse melhores condições na formação.
Além de reajuste na bolsa, a pauta de reivindicações dos médicos residentes inclui pagamento de auxílio moradia e auxílio alimentação e do adicional de insalubridade, respeito ao reajuste anual, instituição da 13ª bolsa-auxílio e aumento da licença maternidade de quatro para seis meses.
A decisão pela suspensão dos atendimentos por tempo indeterminado, exceção feita à prestação de serviços essenciais (urgências, emergências e UTIs), foi tomada pela Comissão de Greve da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), formada por diversos representantes estaduais.
"Fizemos de tudo para evitar essa medida extrema, mas a falta de valorização do nosso trabalho por parte dos ministérios da Educação e da Saúde nos força a apelar para esse último recurso", diz Nivio Moreira, presidente da ANMR. "A rigor, os hospitais não podem depender dos serviços dos residentes, mas na prática a história é outra. Não temos como estimar o volume de cirurgias, procedimentos e consultas que corre o risco de cancelamento".
Os pós-graduandos de todas as regiões do Brasil já confirmaram sua participação na greve. No dia 17, às 10h, haverá ato público em frente aos hospitais que oferecem programas de especialização médica. Os representantes da categoria também planejam realizar exames de medição de pressão arterial e glicose, e haverá distribuição de panfletos à população.
A Campanha de Mobilização pelo Reajuste da Bolsa ganhou força com paralisações de 24 horas realizadas em 23 estados, de 13 a 15 de abril. Desde então, a ANMR já participou de diversas reuniões em Brasília nas quais sua pauta de reivindicações foi discutida, tanto na Comissão Nacional de Residência Médica quanto no gabinete da Diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde, Ana Estela Haddad. Embora o governo tenha cedido em alguns pontos, o índice oferecido como aumento (17%) permanece muito aquém do pleiteado.
No Estado
Para definir um posicionamento os Médicos residentes do Rio Grande do Norte se reúnem nesta quinta-feira (12.08), às 16h, no Sinmed.