29/12/2011
29/12/2011
A saúde em Mossoró dá sinais de piora a cada dia. Após o fechamento da Uniped, readequação do Hospital da Unimed e problemas nas escalas do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM), a nova preocupação de quem precisa de serviços públicos é com a Maternidade Almeida Castro, da Casa de Saúde Dix-sept Rosado (CSDR).
Os ginecologistas, pediatras e anestesistas que prestam serviços à maternidade estão assinando os papéis para pedir o descredenciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Os médicos não aceitaram o posicionamento da Prefeitura de Mossoró que alegou não poder mais pagar o Plus – pago desde 2008 para complementar a tabela do SUS que tem valores defasados.
"Todos já assinaram a papelada e amanhã [hoje] ou quinta-feira vamos entregar à Gerência de Saúde [do município], Promotoria de Saúde, Secretaria Estadual de Saúde e Conselho Regional de Medicina", informou Manoel Nobre, coordenador da obstetrícia da unidade hospitalar, citando que os 13 médicos que trabalham no hospital e mais 10 que não trabalham, mas são credenciados, vão pedir o cancelamento.
Os médicos ficaram surpresos quando souberam da decisão. "O gerente de Saúde disse que o pagamento não ia ser mais feito desde o dia 1º de dezembro e só nos foi comunicado no dia 20", critica Manoel dizendo ainda que só foi comunicado oficialmente na segunda-feira passada, 26, quando recebeu ofício da Gerência da Saúde.
Com isso, os profissionais decidiram que no dia 1º de janeiro não vão realizar mais partos na CSDR. A situação só se agrava agora com o descredenciamento dos ginecologistas e pediatras junto ao SUS. Os anestesistas começaram ontem mesmo a fazer mudanças ao não realizar mais cirurgias eletivas na CSDR. No dia 1º de janeiro, os profissionais também não farão mais escalas.
O ginecologista relata que as pacientes que estão esperando bebês estão preocupadas com o cenário que se aproxima. "Não se faz saúde pública com sofrimento e passando insegurança à população", complementa Nobre.
O médico informa que os profissionais só voltam atrás se for feito um contrato com a associação e que dê lhes deem garantias de recebimento pelos serviços prestados.
SUFOCO
Enquanto isso, os problemas nas escalas do HRTM continuam existindo e podem ficar ainda pior. O anestesista Ronaldo Fixina adiantou ontem à tarde que os especialistas estão dispostos a não mais cumprir plantões extras no hospital mais importante do interior do Estado.
Na noite de ontem, os anestesistas se reuniram para discutir o posicionamento a ser tomado. Até o fechamento desta edição, a reunião não havia terminado.
Fixina adiantou que mesmo com o pagamento dos plantões extras atrasados, a situação não muda para os anestesistas. "O pagamento não é mais que obrigação. E mesmo que ela tenha sido feito não vamos mais dar plantões no Tarcísio Maia. Não confiamos mais em conversas e não tem como ficar sem garantias de que os compromissos vão ser cumpridos", disse.
O médico informa que mais anestesistas fizeram Boletim de Ocorrência na polícia denunciando os problemas que são encontrados no HRTM.