Médicos fazem assembléia e rejeitam proposta do Governo
11/02/2010
Depois de três dias de greve, os médicos do Estado se reuniram, nesta quinta-feira (11), em assembléia, na sede do Sindicato dos Médicos do RN para avaliar a proposta apresentada pela Secretaria Estadual de Saúde Pública e definir os rumos do movimento, assim como dar novos encaminhamentos para os próximos dias.
A proposta da Sesap que prevê um salário base de R$ 1.530 para 20h e R$ 3.060 para 40h, além do valor de R$ 2.000 para a Gratificação de Alta Complexidade foi rejeitada por unanimidade. A categoria considerou a proposta frustrante e fora do contexto pleiteado pelos médicos.
A plenária da assembléia decidiu apresentar à Sesap uma contra proposta que prevê um salário base no valor de R$ 3.500 para 20h e R$ 7.000 para 40h. Os médicos também analisaram a possibilidade de pedir a incorporação da Gratificação de Alta Complexidade.
Durante a assembléia, muitos médicos apresentaram propostas e contribuíram para o debate das questões apresentando as suas opiniões. Nas suas palavras, a anestesista do Hospital Walfredo Gurgel Dra. Catarina Nóbrega enfatizou: “Quem faz uma greve vitoriosa é a categoria”. Opinião compartilhada por todos que estavam presentes. “Cada especialidade vai ter que intensificar o movimento”, complementou Dr. Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed/RN.
Para o presidente da Associação Médica do RN, Dr. Álvaro Barros, a pauta é extensa e só se esgotará a médio e longo prazo. “Temos tudo para vencer um degrau, mas todos devem estar focados. A AMRN está atenta, vigilante e em sincronia com as decisões dos médicos”, disse o representante da entidade.
O cardiologista e Deputado Estadual Dr. Paulo Davim também é presença constante e ativa nas assembléias. “É explícita a minha solidariedade ao Sinmed que conduz o movimento”, disse ele que vem contribuindo bastante com suas sugestões e notável conhecimento sobre as lutas da categoria.
A contra proposta dos médicos deve ser encaminhada à Sesap ainda nesta sexta-feira. O presidente do Sinmed/RN, Dr. Geraldo Ferreira também frisou que a greve continua, inclusive sendo estudada a adesão do Samu Metropolitano. O movimento deve ser intensificado, mas sem radicalismos. Quanto aos atendimentos de urgência durante o carnaval, a população deve ficar tranqüila, já que eles serão preservados com a oferta do mínimo exigido pela Lei de Greve.
Uma nova assembléia deverá ser realizada na próxima quinta-feira (18). Os médicos devem ficar atentos à convocação.