16/07/2013
16/07/2013
Médicos e estudantes do Rio Grande do Norte fizeram, na manhã de hoje (16), uma manifestação contra medidas do Governo Federal relacionados à categoria. A contratação de médicos estrangeiros e ampliação em dois anos dos cursos de Medicina foram os pontos principais da manifestação. Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação que saiu da Associação Médica do Rio Grande do Norte, seguiu pela avenida Hermes da Fonseca e Salgado Filho e terminou no hospital Walfredo Gurgel.
Segundo Geraldo Ferreira, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (Sinmed-RN), a lei do Ato Médico, sancionada pela presidente Dilma Roussef com vetos na última quinta-feira (11) foi uma derrota não só para os médicos, como também para a população brasileira. "Não podemos deixar que a vida fique encadeada por interesses de gestores. Entendemos que o atendimento a um paciente é multidisciplinar, mas o que não pode é pessoas se passando por médicos atuando como tal", disse.
O Governo vetou artigos referentes à formulação do diagnóstico de doenças com objetivo de resguardar as políticas e programas desenvolvidos no Sistema Único de Saúde (SUS). Se aprovado, pacientes com doenças com tuberculose, malária e dengue não poderiam mais ser diagnosticadas e, inicialmente, tratadas por profissionais de enfermagem. Também foram vetados dispositivos que impedem a atuação de outros profissionais na indicação de órteses e próteses, inclusive oftalmológicas. Atualmente, há profissionais que já prescrevem, confeccionam e acompanham o uso de próteses. É o caso de calçados ortopédicos, cadeiras de rodas, andadores e próteses auditivas.
Além disso, outra pauta de reivindicações dos manifestantes dentro do programa Mais Médicos foi no tocante aos alunos que ingressarem nos cursos de Medicina a partir de 2015, que terão que atuar dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para receber o diploma. A medida é válida para faculdades públicas e privadas. Com isso, o curso passará de 6 anos para 8 anos de duração.
O estudante da UFRN Alderly Torres contesta a medida e a estrutura que os médicos vem trabalhando nos hospitais. "O Governo não oferece condições mínimas e não abre concurso público, aí ficam com esse tipo de atitude autoritária. Meus professores são bons, o que não é bom é a estrutura que é oferecida para eles e para nós".
Geraldo Ferreira confirmou que nos dias 23, 30 e 31 deste mês e 8, 9 e 10 de agosto estão previstas paralisações nacionais da categoria, dos profissionais que atuam no serviço público e privado.