10/11/2010
10/11/2010
O pagamento de parte dos salários atrasados dos médicos da Cooperativa Médica do Rio Grande do Norte (Coopmed) que atuam no Centro de Recuperação Pós-Operatório (CRO) do Hospital Walfredo Gurgel, feito ontem (9) pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), garantiu que o serviço do setor fosse normalizado.
Os nove profissionais que atuam no local, bem como outros contratados pelo Governo por intermédio da Coopmed, haviam considerado a paralisação das atividades caso os salários dos meses de julho, agosto e setembro não fossem quitados. Eles receberam R$ 116 mil, do total de 230 mil devidos pelo estado.
De acordo com a gerente administrativa da Coopmed, Cleide Fernandes, o pagamento da quantia referente aos meses de julho e agosto teria tranqüilizado o ânimo dos médicos do CRO fazendo com que estes descartassem o plano de interrupção das atividades, cogitado pelo grupo durante a sexta-feira da semana passada.
Apesar disso, os profissionais seguem temerosos quanto ao pagamento do restante dos salários atrasados. “Tivemos a confirmação que a secretaria repassaria o salário do mês de setembro em até 15 dias, mas isso não afasta a insegurança que ronda os médicos. Eles têm medo de não receber o que lhes é devido e de trabalhar sem ter a possibilidade de ser remunerados”, explicou.
Quando questionada sobre a possibilidade de uma nova ameaça de paralisação diante de um possível atraso no pagamento dos meses pendentes, Cleide descartou o movimento, afirmando que os profissionais entendem que a “boa vontade” da Sesap em realizar os pagamentos, mas lamentam os problemas financeiros enfrentados pela pasta.
“O secretário George Antunes está fazendo um grande esforço para quitar todos os compromissos, o problema é que falta dinheiro. Não podemos fazer nada além de lamentar esta situação e esperar que as coisas se resolvam”, disse ela.
Deoclécio Marques
A gerente da Coopmed também comentou a atual situação enfrentada pelos 30 médicos da cooperativa que atuam no hospital Deoclécio Marques, no município de Parnamirim. Segundo ela, a situação destes profissionais é mais “complicada” do que a dos colegas do Walfredo, já que os primeiros receberam apenas os valores referentes ao mês de julho.
“Eles aguardam receber o restante dos atrasados e, enquanto isso não acontece, seguem a não realizar cirurgias eletivas e a não atender os pacientes vindos do Walfredo, o que contribui para que o hospital da capital volte a ter corredores lotados de pacientes”, explicou.
Segundo ela, a Sesap havia justificado o fato de o número de meses pagos aos médicos do Deoclécio ser menor do que o repassado aos profissionais do Walfredo com alegações de que não possuía os recursos necessários para quitar mais meses pelo fato da folha de pagamento desse ser consideravelmente mais cara que a daquele.
“A folha de pagamento do Deoclécio gira em torno de R$ 500 mil, enquanto a do Walfredo é de R$ 58 mil. Segundo o secretário , faltou dinheiro para pagar tudo”, comentou.