07/04/2011
07/04/2011
O dia 7 de abril é lembrado pela comemoração do dia mundial da saúde. Porém, no Rio Grande do Norte os médicos e a população em geral não tem muito que comemorar.
Condições precárias de trabalho, desabastecimento, sobrecarga de trabalho e a defasagem nos honorários são apenas alguns dos problemas enfrentados em todo o estado.E é em busca de levar ao conhecimento de toda a sociedade que os médicos realizam manifestação pública, hoje a partir das 8h, em frente à assembleia legislativa.
Na movimentação estarão reunidos médicos de planos de saúde, acompanhando o movimento nacional de paralisação e os médicos do município, que realizam paralisação de advertência diante do desabastecimento geral na saúde municipal. Os médicos da maternidade Divino Amor e os cirurgiões do Deoclécio Marques, em Parnamirim, também acompanham o dia de paralisação como forma de protesto diante da realidade caótica e precária vivida em ambos os hospitais.
“Infelizmente esse é o quadro vivido pela saúde no RN. O que nos mostra o quanto a saúde tem se tornado assunto de segundo plano para os nossos gestores e revela o quanto médicos, enfermeiros, dentistas e toda a população precisão avançar a fim de um trabalho e atendimento digno”, explicita o pres. do Sinmed RN, Dr. Geraldo Ferreira.
Médicos de planos de saúde
O movimento do dia 7 de abril tem como principais reivindicações o reajuste dos honorários médicos, tendo como balizador os valores da CBHPM 2010; a regularização dos contratos conforme a Resolução 71/2004, da Agência Nacional de Saúde Suplementar; a aprovação de projeto de lei que contemple a relação entre médicos e planos de saúde e a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos usuários de planos de saúde, bem como o fim da interferência das operadoras no trabalho médico.
Médicos de Natal
A falta de condições de trabalho, o desabastecimento geral, o atraso na parcela do reajuste do PCCV, previsto para março, o atraso no AIH (Autorização de Internação Hospitalar), o não recebimento do terço de férias, a impossibilidade de tirar licença premium e a dificuldade de andamento dos processos de insalubridade são as principais cobranças da classe. A decisão eliberada pelos médicos junto ao Sinmed para a paralisação de advertência foi impulsionada pela falta de resposta da prefeitura ao ofício, com as problemáticas enfrentadas, encaminhado pelos médicos na semana passada.
Médicos do Estado
Tanto os médicos da Divino Amor como os cirurgiões do Deoclécio sofrem com o mesmo problema, sobrecarga de pacientes. Na maternidade Divino Amor há capacidade para 6 mulheres em leito pré parto, porém tem se tornado comum o hospital permanecer com cerca de 20 mulheres em pré parto tendo que esperar a hora de darem à luz em cadeiras no corredor do hospital. E o sofrimento não acaba ai. O hospital que recebe pacientes de 45 municípios do estado não tem se quer lençol ou comida para estes pacientes. No Hospital Regional Deoclécio Marques a situação não é diferente. O hospital, que funciona em regime de portas abertas, conta apenas com 2 cirurgiões por plantão e tem dificuldades para atender a demanda conciliando cirurgias eletivas com urgências. Outro ponto que chama atenção no Deoclécio é a falta de uma comissão de infecção hospitalar, que põe em risco a saúde dos pacientes e profissionais.
Durante todo o dia o atendimento será reduzido apenas as urgências e emergências e nos hospitais e maternidades haverá encaminhamento.