12/06/2013
12/06/2013
O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira, criticou as declarações dadas pelo Ministro da Saúde na manhã desta quarta-feira (12). Padilha reforçou a idéia de trazer médicos estrangeiros sem revalidação de diplomas para atenderem exclusivamente a população mais pobre em regiões mais desassistidas.
As declarações foram apresentadas durante audiência pública na CCJ da Câmara dos Deputados. Segundo o presidente da FENAM a iniciativa põe em risco a saúde da população brasileira.
"Esses médicos não entenderão as demandas dos pacientes, não falarão nossa língua e o pior, não saberemos a procedência nem o nível de qualificação destes profissionais, " destacou Ferreira.
Parlamentares presentes na audiência também questionaram a proposta, considerada polêmica pelo próprio ministro.
"Com todo respeito, ministro, mas na medicina quando propomos diagnósticos sem certezas, corremos o risco de levar a morte dos pacientes," provocou o deputado Henrique Fontana.
"O bom médico estrangeiro também não vai ficar satisfeito em vir trabalhar aqui, com consultas pagas pelo SUS a R$ 10. Temos que investir em uma carreira de estado, com salários decentes," destacou o deputado Ronaldo Caiado (DEM/MS).
Há médicos suficientes no país
De acordo com estudos, há médicos brasileiros suficientes para atender a população, mas de acordo com entidades médicas nacionais (FENAM, CFM e AMB) o governo precisa oferecer condições de trabalho e salários atrativos.
"Cerca de 17 mil médicos são lançados anualmente no mercado brasileiro. Muitos estão desempregados, vivendo de bicos ou com contratos precários. Um concurso público nacional, com atrativos e salários decentes resolveria o problema a curto prazo," destaca Ferreira.
A FENAM defende uma carreira de estado, com progressão na carreira. De forma emergencial, sugere que o Governo realize concurso público para absorver os médicos brasileiros.