Frente em Defesa do Médico estabelece agenda de mobilização

09/07/2015

Frente em Defesa do Médico estabelece agenda de mobilização

09/07/2015

A Federação Nacional dos Médicos (FENAM) participou de reunião no último dia 8 de julho, em Brasília, com entidades médicas, acadêmicos de medicina e parlamentares, entre os quais o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), para debaterem ampla pauta de discussão e definirem os objetivos, e próximas ações, da Frente Nacional em Defesa da Saúde, Medicina e do Médico.

O encontro foi aberto pelo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Florentino Cardoso, e criticou a maneira como o governo cria suas políticas e protocolos na saúde pública.

Mandetta criticou a intenção do governo de aumentar indiscriminadamente o número de formandos em medicina a cada ano e lembrou que “na época do Mais Médicos o número mágico do governo eram de 14mil formandos por ano, agora é de 30 mil”, e calculou que, baseado em uma média, a vida profissional do médico é de 40 anos, portanto, fala-se da formação de mais de um milhão de profissionais sem considerar as necessidades de aumento de outras categorias de suporte ao trabalho do médico.

Os debates apontaram as constantes falhas do governo no trato com os médicos, e o desrespeito ao conhecimento cientifico da categoria a respeito dos melhores procedimentos a serem adotados em cada caso. A recente interferência do Estado no parto das brasileiras foi um dos temas abordados. “Se existe um protagonista na hora do parto, não é a mãe e nem o médico, é a criança. Ela tem o direito de nascer, e nascer bem”, afirmou o presidente da FENAM, Otto Baptista.

O secretário de Comunicação da FENAM, Jorge Darze, avaliou a maneira que o governo trata o médico brasileiro. “Ele (governo) quer nos impor as coisas no grito, então, devemos reagir no grito”, disse. Darze também defendeu que Caiado e Mandetta pautem as audiências públicas que sejam relacionadas ao trabalho médico.

A necessidade de o movimento se renovar com a participação de novos médicos foi bastante debatido. O representante da Associação dos Estudantes de Medicina (AEMED), Vinícius Azevedo, explicou que “os estudantes se sentem afastados do movimento médico, especialmente por uma ocupação das representações estudantis por movimentos político/ideológicos, isso esvaziou o movimento médico estudantil. Agora estamos retomando isto com o propósito de criar uma representação médica”.

A respeito dessa informação, Otto afirmou que esse aparelhamento acontece também em outros sindicatos, mas que “dentro das entidades médicas isto não pode acontecer. Podemos ter opiniões e apoiar ideias, mas ninguém é dono de sindicato, o sindicato é dos médicos”.

No fim, uma agenda de mobilização a ser observada para o fim deste ano resultou do encontro “voltada para a problemática: o médico, suas condições de trabalho, remuneração e formação. O movimento médico está abraçando todas estas entidades que aqui estiveram presentes. Eu sai daqui muito feliz, muito motivado, muito animado do que foi deliberado de uma pauta longa, mas que priorizaram pontos importantes”, concluiu o presidente da FENAM, Otto Baptista.

FRENTE NACIONAL EM DEFESA DA SAÚDE, MEDICINA E DO MÉDICO.
A Frente é uma iniciativa da FENAM em conjunto com a AMB para lutar pela categoria médica, pela independência das entidades e resistir a qualquer tentativa de aparelhamento político e já conta com o apoio das principais entidades e lideranças médicas, nacionais e internacionais. 

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