Entidades médicas e secretários de saúde participam de debate sobre SUS

12/04/2011

Entidades médicas e secretários de saúde participam de debate sobre SUS

12/04/2011

Na noite desta segunda-feira, (11) o programa Papo Cabeça da Nova FM 87,7 debateu o tema, “Sistema público de saúde: problema ou solução?”. Como debatedores estiveram presentes o secretário de Saúde do Estado, Domício Arruda, o secretário de saúde de Parnamirim, Marciano Paisinho, o Vice Presidente do Conselho Regional de Medicina, Marcos Antônio Tavares e o Presidente do Sinmed, Geraldo Ferreira.

O programa apresentado pelo economista Duarte Carvalho com a participação do sociólogo Rinaldo Barros, durou cerca de duas horas e foi movido por temas atuais relacionados ao SUS.

Durante o debate foram discutidos os mais diferentes assuntos, ligados a saúde publica como: investimentos do Governo Federal e Estadual, cartão do SUS, implantação de UPAs, além das dificuldades que os municípios estão passando quanto à falta de recursos e profissioanais.

Confira os principais temas abordados no debate:

Demanda

Paizinho, secretário de saúde de Parnamirim questionou o grande escoamento de pacientes vindos do interior do Rio Grande do Norte em busca de atendimento. “Tem algumas prefeituras que não fazem se quer um parto normal. Mandam direto para cá e agente não tem espaço para toda essa demanda”, afirmou o secretário. Como solução para a chamada “ambulaciaterapia” foi citada a criação de um serviço médico obrigatório, aos recém formados, em cidades do interior. Segundo Domicio Arruda, secretário da saúde o grande problema no interior é o déficit de profissionais. Apesar de ser a favor da implantação de um serviço médico obrigatório, que facilitaria a presença de profissionais em outras regiões, o vice-presidente do CRM, Marcos Antônio Tavares explicou que a falta de profissionais no interior do estado está relacionada, principalmente a baixa remuneração.

Redução de especialidades

O secretário estadual de saúde, Domício Arruda durante as discussões defendeu a o fechamento das especialidades médicas nos hospitais gerais defendendo a idéia da criação de hospitais de atendimento prioritário. “Os hospitais querem fazer tudo e não conseguem”, afirmou ele. O presidente do Sindicato dos médicos, Geraldo Ferreira argumentou contra levando em consideração a funcionalidade de um hospital geral, e o transtorno trazido à população com o fechamento das especialidades.

UPAs

Para o secretário de saúde o fechamento dos hospitais gerais será suprido pela implementação das Upas, que irão suprir a demanda e drenar os atendimentos nos hospitais referencia. No entanto o secretário de saúde de Parnamirim, Marciano Paisinho levantou a dificuldade de se manter em pleno funcionamento uma Unidade de Pronto Atendimento. “A Upa custa à prefeitura cerca de 800 mil por mês. Deste valor o governo Federal arca com apenas 200 mil. É inviável”, explicou Paizinho.

Saúde Básica

Para todos os convidados do programa a saúde básica é um ponto fundamental para um melhor funcionamento dos grandes hospitais. E concordam que a atenção aos programas de prevenção e promoção da saúde merecem mais atenção. “Quando se investe na saúde básica. Se evita que pacientes, que não necessitam de um acompanhamento mais complexos, recorram aos hospitais pólo. Evitando assim uma superlotação”, explicou o vice-presidente do CRM.

Saúde Mental

Segundo o presidente do Sinmed, há um déficit imenso em todo o país relacionado á saúde mental no país. “Falta investimento e entendimento dos gestores sobre saúde mental. Pacientes psiquiátricos existem e precisam ser tratados”, explanou. Geraldo Ferreira levantou também durante as discussões a tentativa de municipalização, por parte do estado, do Hospital João Machado. “A prefeitura não consegue manter em pleno funcionamento os Caps, como vai conseguir manter o nosso único hospital psiquiátrico”.

Exercício da medicina

Para o vice-presidente do CRM é fato que existem bons e maus profissionais. Porém, ao falarmos do profissional médico é necessário enxergarmos a realidade dos hospitais que muitas vezes transforma o médico em mais uma das vitima. Seja pela falta de leitos, material ou até equipamentos. “Antes de avaliar se um médico está faltando ou não com o seu dever, a população tem que perceber em que circunstâncias o profissional está atuando”.

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