O Encontro Fenam de Mulheres Médicas do Brasil aconteceu hoje (30/4), no hotel Pestana (Via Costeira de Natal), e contou com a participação de médicos e representantes de entidades médicas de todo o país.

O evento foi iniciado com uma análise crítica da mulher na sociedade brasileira, feita pelo sociólogo Lejeune Mirhan. Em sua apresentação, o socólogo apresentou dados do IBGE sobre demografia, trabalho e educação em relação ao gênero.

A discriminação do gênero feminino em nossa sociedade fica evidente, de acordo com a pesquisa, “quando a mulher está em maior número na sociedade, é mais escolarizada, porém tem maior índice de desemprego e tem remuneração menor que a dos homens”, reflete Lejeune Mirhan.

Violência no trabalho, assédio moral e direitos humanos foram alguns dos temas debatidos durante a tarde de hoje.

Dra Débora Angeli, diretora do Sindicato dos Médicos da Bahia, apontou diversos tipos de violência sofridos pelas mulheres médicas no Brasil e apontou como solução, entre outras coisas, a desprecarização dos vínculos de trabalho e medidas preventivas e educativas contra a violência. “Não pode haver compensação financeira para periculosidade e insalubridade, sem que haja também ações preventivas de combate à violência”, afirma.

Para ela, ainda, a violência à médica (seja pelo empregador, colega de trabalho ou paciente) é a “transposição de toda a permissividade cultural de violência a mulher que existe em nossa sociedade”.

Dr. Geraldo Ferreira, presidente do Sinmed RN, considerou o debate extremamente rico para a classe médica e ressaltou que no nordeste as mulheres estão a frente do movimento sindical, ocupando posições de destaque em todos os sindicatos do NE.