Editorial da semana

17/12/2010

Editorial da semana

17/12/2010

Três temas ocuparam os médicos em Aracaju, de quarta a sexta-feira, na continuação das discussões do ENEM, Encontro Nacional de Entidades Médicas, ocorrido em Brasília, em meados do ano. Foram os temas mais polêmicos e exigiram uma atenção especial. Dizem respeito ao Exame de Ordem, uma avaliação a que os formados em medicina deveriam se submeter antes de receberem autorização para exercer a carreira. A recertificação do título de Especialista, que ocorreria a cada cinco anos, através de uma pontuação que garantiria a atualização dos profissionais. Nos dois casos a ala sindical e os conselhos se posicionam esperando maiores discussões, enquanto a área associativa aprova com algum entusiasmo. Outro ponto polêmico e que divide a categoria diz respeito as terceirizações no serviço público e a participação de Fundações, OS e Oscips na administração de unidades próprias dos governos. Na visão sindical isso atrapalha a luta por uma carreira médica com condições de trabalho e justa remuneração. A menina dos olhos da gestão pública que é transferir suas responsabilidades para o setor privado é contestada já que pode ser uma área fértil para tráfico de influencia e corrupção administrativa, vide escândalos em investigação no Rio grande do Norte, todos envolvendo empresas terceirizadas. A participação das cooperativas também foi fartamente discutida, existindo preocupações com as cooperativas de trabalho e de especialidades e o desvirtuamento de suas finalidades, que as transforma em braço auxiliar da má gestão pública. Sobre as cooperativas que atuam como planos de saúde, conclui-se que se transformaram em mau exemplo de remuneração, agora para o próprio setor privado, incentivando a exploração dos médicos pelos outros planos. Na área de cooperativismo ressalte-se o resgate da remuneração pelas cooperativas de trabalho e de especialidade e das cooperativas de crédito, essas com um bom histórico, mas com algumas críticas quanto a política de juros. Com se vê, o movimento médico está extremamente vivo, palpitante, discutindo as incertezas de nossa atuação e buscando caminhos para aperfeiçoar as nossas formas de organização.

Geraldo Ferreira Filho – Pres Sinmed

Editorial publicado na coluna Sinmed em Ação no Jornal de Hoje, dia 11/12/2010.

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