Editorial da semana: O bobo da corte

22/04/2013

Editorial da semana: O bobo da corte

22/04/2013

A corte agora está contente. O rei o príncipe e o bobo. Romário disse isso a respeito de Edmundo, então seu desafeto, que dizia que Romário se achava um príncipe. Foi uma tirada genial do grande jogador, ganhador da copa de 94, onde algumas vezes sozinho, outras em jogadas geniais com Bebeto, ganhou os jogos que nos deram o tetracampeonato mundial.A corte do Rio Grande do Norte também ganhou o seu bobo. Imaginando poderes para resolver a crise da saúde, seguindo uma receita perversa de desativar serviços, supostamente para reforçar outros com os profissionais desalojados, finda-se dificultando mais ainda o atendimento à população, coitada, desassistida e violada nos seus direitos. De quebra, fechando serviços o governo economiza gastos numa área carente de recursos e necessitada não de fechamento, mas de ampliação da rede. A rainha anda rindo a toa. Achou alguém para fazer o trabalho e economiza para aplicar no marketing desesperado, que tenta reverter os escandalosos níveis de rejeição que atingem o governo estadual em Natal. O Rei aplica-se prioritariamente a fazer política tentando viabilizar o projeto de reeleição da Rainha que parece a cada dia mais distante. Edmundo se queixava de que Romário pensava que era um príncipe. Romário rebateu dizendo que o Vasco tinha um Rei, que era Eurico Miranda, tinha ele que era o príncipe e tinha um bobo da corte que era o próprio Edmundo. Os secretários de saúde tem sido sistematicamente bobos da corte. São convocados para uma missão, acreditam que terão apoio para executá-la, no caso colocar a saúde para funcionar, mas terminam sendo invariavelmente levados a ficar contra os médicos por que na obtusa visão do governo e de seus pensadores esses são os culpados. E se não forem, melhor dificultar cada vez mais as coisas, como por exemplo, desativando serviços, para provocar neles a repulsa, e jogar a culpa nos mesmos. Assim se economiza, assim se aplica o dinheiro no que lhes interessa, como por exemplo, nas terceirizações. Recebi uma informação de que após ver fracassada a tentativa de convencer a sociedade a trocar o estádio Juvenal Lamartine por um Hospital, o governo volta o olhar para o terreno do AeroClube, com as mesmas intenções. Sou contra, não sou bobo, a sociedade não será boba. Por trás de tudo há a especulação imobiliária querendo engolir o patrimônio público.

Dr. Geraldo Ferreira Filho – Pres. Sinmed RN
Texto publicado na Coluna Sinmed em Ação do dia 21 de abril de 2013, no Novo Jornal.  

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