Dureza para os antimédicos

26/09/2014

Dureza para os antimédicos

26/09/2014

O processo eleitoral de 2014 vai chegando ao seu termo e algumas verdades vão aparecendo. Agredida, ameaçada, vilipendiada durante 2013 e 2014, inclusive no horário eleitoral, nada restava à categoria senão reagir. E assim tem sido em todo Brasil. Numa mobilização poucas vezes vista, em grupos disseminados nacionalmente pelas redes sociais, a palavra dos médicos tem sido uma só: derrotar os antimédicos e eleger os que têm compromissos com as lutas da categoria.

As candidaturas dos artífices do Mais Médicos e orientadores de toda política contra a categoria enfrentam níveis absurdos de rejeição e naufragam nas pesquisas, ocupando posições de voto absolutamente insignificantes. Fazem parte desse grupo o Candidato ao governo paulista, Alexandre Padilha, com míseros 8% nas pesquisas, lideradas por Geraldo Alkmin com 49% de intenções de voto. A defesa e a paternidade do Mais Médicos, que Padilha imaginava impulsionar sua candidatura, fracassa vergonhosamente. O outro candidato é o atual deputado federal Rogério Carvalho, que disputa o senado em Sergipe e amarga metade das intenções de voto da candidata que o confronta. Rogério deverá perder a eleição em virtude da larga rejeição.

Mas a grade de interesses dos médicos vai além de ver derrotados os que se posicionam contra a categoria. Há uma mobilização nacional com vistas a que dois grandes defensores dos médicos possam voltar ao congresso. Um deles é o deputado Ronaldo Caiado, que lidera com folga a corrida ao senado em Goiás, e com votação consagradora deverá ser agora senador; o outro é o deputado Mandetta, que com a simpatia e a colaboração dos médicos de todo Brasil, luta por sua reeleição no Mato Grosso do Sul, que deverá conseguir.

Em todos os estados as Entidades Médicas tem chamado a atenção da categoria para a necessidade de eleger deputados, senadores e governadores comprometidos com a luta médica e a defesa da saúde pública. Assim, por todo país, médicos mobilizados e em militância, não partidária, mas em defesa da categoria, tem defendido, apoiado, financiado e trabalhado pela eleição de representantes que defendam nossas bandeiras. Até agora, parece que a luta tem sido positiva, e grande parte dos apoiados pela categoria tem se destacado, enquanto os rejeitados vão amargando dificuldades.

E vem a eleição presidencial, cargo de onde emanaram os grandes conflitos com a categoria médica. Fica cada vez mais claro um segundo turno muito disputado, com chances reais da atual presidente ver frustrada sua tentativa de reeleição. Distribuídos majoritariamente nas candidaturas de Aécio Neves e Marina Silva, os médicos se mobilizam para no segundo turno atuarem fortemente com a oposição, seja quem passar. Hoje a chance mais efetiva é de um embate entre Marina e Dilma. O que pode derrotar Dilma? O cansaço do eleitor com 12 anos de governos do PT, que parecem ter esgotado as alternativas de crescimento para o País, o retorno da inflação, o endividamento dos brasileiros que criou bolhas que ameaçam estourar, a revolta com a política de dividir o País em brancos e negros, pobres e ricos, cotas, privilégios a minorias, desprezo ao trabalho e ao mérito como opções de ascender na vida. A economia, que murcha a olhos vistos e os sucessivos escândalos de corrupção botam o governo federal na berlinda. A forte estrutura partidária e aparelhamento da máquina atuam para esmagar a oposição, mas nunca esteve tão real a possibilidade de derrota do PT.

E os médicos? Apesar das instituições preservarem o diálogo e terem pedido encontro com todos os candidatos, é inegável o sentimento dos médicos de que é preciso mudar. A Saúde vai mal e as receitas da atual gestão federal não parecem apontar para melhoria. O segundo turno será duro e a categoria tem sido dura com os antimédicos.

Geraldo Ferreira Filho – Pres. Fenam e Sinmed RN
 

whatsapp button