Os clínicos do hospital Walfredo Gurgel entregarão amanhã, dia 22, às 9h30, no Ministério Público uma denúncia constatando a falta de médicos nas enfermarias e no setor de reanimação. O documento será enviando também a direção da unidade, ao secretário de saúde e a promotoria.

Segundo a denúncia, a escala do pronto socorro que em janeiro de 2012 contava com 31 clínicos teve esse número reduzido para 20 médicos. A escala de plantão na enfermaria que contava com 2 médicos, número que já era insuficiente para cobrir a escala daquele setor, hoje está totalmente descoberta.

O setor de reanimação, que tem no momento cerca de 10 pacientes em estado gravíssimo, em ventilação mecânica e que deveria ter um intensivista de plantão, não conta nem se quer com um médico plantonista.

Os clínicos também chamam atenção para o risco pelo qual passam os profissionais médicos do hospital, de terem contra si instaurado procedimentos vocacionados à penalização por condutas supostamente violadoras do código de ética médica ou, até mesmo, de ordem penal, uma vez que, são obrigados, muitas vezes a atenderem as urgências das enfermarias de forma imediata. Segundo eles, esse comportamento é contrário a resolução nº 1.483/98 do Conselho Federal de Medicina que  veda ao médico se ausentar do seu setor de emergência para atender em outro setor.

Os médicos que atuam no pronto socorro comunicam ainda, que não há possibilidade de atendimento das intercorrências nas enfermarias e solicita uma nova escala de clínicos com carga horária de 24h.

HWG

O Hospital Walfredo Gurgel possui 164 leitos, sem contar com as macas nos corredores (em torno de 100), para pacientes clínicos, cirúrgicos em pós-operatório, neurológicos, etc. Esses pacientes estão sem assistência médica para atender suas emergências e urgências por falta de plantonistas.