09/05/2016
09/05/2016
Caiu como uma bomba na sociedade e nos médicos a possibilidade de fechamento de um tradicional hospital privado de relevantes serviços prestados ao povo do Rio Grande do Norte. Mesmo tendo convivido com fechamento de vários serviços nos últimos anos, muitas vezes ainda se tinha possibilidades daquelas responsabilidades serem assumidas por outros. Com relação ao Hospital Papi há algumas questões que são mais graves. Primeiro, há a nítida noção de que a crise econômica, que atinge o país, mostra suas garras com força na saúde e pode não parar por aí. Segundo, há já nas áreas de Clínica Médica, Pediatria e Obstetrícia uma dificuldade de atendimento e de leitos que compromete o atendimento e a segurança de toda sociedade. E isso se agrava com esse possível fechamento.
A crise é ampla e se espalha. Houve uma perda de quase 1,2 milhão de usuários de planos de saúde, dos cerca de 50 milhões atuais. Há atrasos de operadoras de planos de saúde de até seis meses a prestadores e médicos. Há atrasos de salários públicos de vários estados e municípios, inclusive Natal e RN.
Estive quinta-feira em uma audiência em Brasília, na Câmara Distrital, o assunto era a contratação de organizações sociais para gerenciar serviços de saúde. A conclusão foi de que sendo os problemas de ordem de recursos humanos e financeiros, a contratação dessas organizações se trata apenas de um truque para empurrar a possibilidade de calote para outras entidades que não o próprio ente público, mas a um preposto.
Em Natal e Mossoró nós temos atrasos dos governos para hospitais privados, empresas e cooperativas.
No meio dessa crise tivemos negociações do Sinmed com o Estado e Município que garantem alguma reposição e avanço para os médicos, temos que estar vigilantes. Estamos em negociação na Procuradoria Regional do Trabalho para garantir direitos trabalhistas aos médicos do setor privado, é um dever nosso e um anseio da categoria.
Há uma crise profunda no País e, neste momento, precisamos ter em mente que é com a unidade dos médicos em torno de suas instituições e de seu Sindicato, que conseguiremos fazer a travessia desses instantes turbulentos.
Editorial de Dr. Geraldo Ferreira, Pres. do Sinmed RN, publicado no Novo Jornal dia 08/05/2016.