03/08/2016
03/08/2016
Em O Jardim das Aflições, Olavo de Carvalho aponta: Mais do que o século das ideologias, da física atômica, da informática, este foi o século da escravização mental. Manuel Castels, no fundamental O Poder da Comunicação, define o Poder como a busca por influenciar a seu favor valores, interesses ou vontades. Assim, conclui, a fonte mais importante de influência no mundo atual é a transformação da mente das pessoas. José Mujica, ex-presidente do Uruguai, dizia em palestra em Curitiba semana passada, Pensávamos que a revolução seria material, mas a verdadeira revolução é cultural. Cabe dizer que a disputa Democrática entre Direita e Esquerda é parte legítima da cena política, mas vamos ver o que povoa a mídia brasileira. São temas obsessivamente presentes, pautados pela esquerda. Destacam-se, como um panfleto ideológico, aborto, descriminalização da maconha, cultura do estupro, desarmamento, ataques à religião cristã, ataques à família, ataque aos valores e à cultura ocidental, machismo, homofobia, racismo, negação das responsabilidades individuais, direitos humanos com foco nos presos e menores, sempre vítimas da sociedade, suspeições sobre ações policiais, catastrofismo em tudo sobre meio ambiente, negação à alta cultura, legitimação das ações de grupos sociais, mesmo que violentas, revisionismo da história, ideologização e controle da educação, ideologia de gênero. O contraponto a tudo isso é quase inexistente na mídia nacional. E entre notícias de política, economia e esportes, muita coisa plantada por assessores de celebridades ou subcelebridades, e mais exaltação ao sexo, dinheiro e à fama. Há uma guerra pela captura das mentes das pessoas. Nessa guerra a comunicação é a chave. O Documentarista e cineasta americano, Michel Moore, no Huffpost, nos EUA, semana passada, ao citar questões como aborto, controle de armas, legalização da maconha, entre outras, dava como favas contadas, a Esquerda ganhou a guerra cultural. Pode não ser assim, mas mostra o peso esmagador com que essas pautas têm sido lançadas à sociedade. Estavam errados os que pensavam que a guerra política seria por regimes econômicos como capitalismo ou socialismo. Está certo José Mujica, a guerra é cultural. Está certo Manuel Castels, a guerra se dá pela conquista das mentes, procurando moldá-las. Essa guerra se trava pela comunicação. Quem ganhar a guerra da comunicação tem como prêmio o poder.
Artigo publicado na página 04 do Novo Jornal, dia 03/08/2016.