17/03/2011
17/03/2011
Médicos afirmam que um dos objetivos é a melhoria da qualidade na assistência. Entidades divulgam carta aberta a todos os cidadãos esclarecendo os motivos do movimento
Os 160 mil médicos credenciados por operadoras de planos de saúde se mobilizam para suspender o atendimento no dia 7 de abril, em todo o país. Há a garantia de que os cerca de 45 milhões de usuários do sistema suplementar não serão prejudicados. Ao contrário, um dos objetivos da interrupção, que não afetará os serviços de urgência e emergência, é justamente a melhoria na prestação de serviços aos pacientes, que hoje chegam a esperar até três meses para marcação de uma consulta em algumas especialidades e sofrem com a interferência das operadoras nos diagnósticos e tratamentos.
Pesquisa realizada pelo Datafolha revela que 92% dos médicos credenciados reclamam que as operadoras interferem nos diagnósticos e nos tratamentos dos pacientes. Hoje, muitos planos de saúde recusam procedimentos que só os médicos podem decidir se são ou não necessários.
As três entidades nacionais que organizam a suspensão – Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina e Federação Nacional dos Médicos – estão divulgando documento para todos os cidadãos brasileiros que possuem planos de saúde, esclarecendo os motivos e alertando a sociedade sobre os riscos de prejuízos à saúde por conta do descaso das empresas do setor com os médicos e pacientes.
Na carta aberta à população os médicos também garantem que todos aqueles com consultas marcadas para o dia 7 de abril serão atendidos em uma nova data e pedem que remarquem suas consultas.
Trata-se de um ato em defesa da saúde suplementar, da prática segura e eficaz da medicina e, especialmente, por mais qualidade na assistência aos cidadãos. O objetivo é protestar contra a forma desrespeitosa com que os médicos e os pacientes são tratados pelas empresas que atuam no setor. Os planos de saúde interferem diretamente no trabalho do médico: criam obstáculos para a solicitação de exames e internações, fazem pressão para a redução de procedimentos, a antecipação de altas e a transferência de pacientes”, destaca o documento.
Diretrizes
Além da melhoria na qualidade do atendimento aos usuários, o movimento tem outras diretrizes, que são organizar a luta por reajustes de honorários, exigir a regularização dos contratos entre operadoras e médicos, já que muitos contratos são irregulares, sem cláusulas de periodicidade e critérios de reajustes, contrariando determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); e promover ações no Congresso Nacional, visando à aprovação de projetos de lei que contemplem a relação entre médicos e planos de saúde.