‘Revalida’ leva estudantes de medicina às ruas

27/05/2013

‘Revalida’ leva estudantes de medicina às ruas

27/05/2013

De jalecos, apitos e faixas centenas de estudantes do curso de medicina de faculdades públicas e privadas do Estado e profissionais de saúde fizeram uma marcha, na manhã de sábado (25), para protestar contra a importação de médicos estrangeiros para o país, sem a revalidação do diploma. A medida do governo federal foi anunciada no início do mês e gerou protesto em pelo menos 13 estados brasileiros, neste sábado. 

O presidente do Conselho Regional de Medicina do RN (Cremern), Jeancarlo Fernandes, em seu discurso, enfatizou que não há intenção de reserva de mercado, mas de resguardar o nível de qualidade dos profissionais e a prestação de serviços de assistência a população.

Diplomas

O Revalida é o exame nacional de revalidação de diplomas médicos expedidos por universidades estrangeiras e que mede o grau de conhecimento e compatibilidade com as exigências do Ministério da Saúde.

Fernandes defende a reestruturação do Revalida. O exame é criticado pelo baixo grau de aprovação de médicos formados em instituições do interior. “O grau de dificuldade de uma residência médica é cinco vezes maior que o do revalida. Fora que o estudante precisa após seis anos de graduação, mais três para residência”, disse.

Sem o exame, frisa a vice-presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Mônica Andrade, a entrada de profissionais estrangeiros no País, coloca em risco a qualidade de assistência oferecida à população.

“Como iremos aferir o conhecimento do profissional, saber se estar bem qualificado e atende as necessidades da saúde pública. É preciso que se submeta ao revalida”, disse a médica.

O senador Paulo Davim rebateu as estatísticas de falta de profissionais. “O que faltam são condições de trabalho, segurança jurídica para trabalhar, não é apenas salários”, disse. Para ele, o ingresso de profissionais estrangeiros podem ainda à longo prazo, prejudicar as lutas de classe pela valorização profissional.

O médico Jonny Gustavo, que passava pelo local do protesto, disse em Angicos e em Afonso Bezerra, diz que a situação é precária mesmo com a oferta de salários de até R$ 9 mil. “Não há quem queira ir trabalhar. A iniciativa do governo ia contribuir para sanar essa situação e os cubanos tem a mesma compatibilidade e alta qualidade em ensino e prestação se serviços”, afirma.

A estudante de medicina Constance Ottoni, presidente do CA do curso na UERN, lembra que não há falta de vontade de atuar no interior. As reivindicações também abrangem melhorias nas condições de atendimento nos postos de saúde e hospitais, infra-estrutura e planos de carreiras e salários para manter os médicos no interior. A passeata saiu da concentração na Associação Médica, percorreu a Hermes da Fonseca e encerrou no Hospital Walfredo Gurgel.

Com informações da Tribuna do Norte. 

whatsapp button