Vinte mil esperam perícia médica

Vinte mil esperam perícia médica

 Publicação: 2015-11-18 00:00:00 | Comentários: 0

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Cerca de 20 mil trabalhadores aguardam a realização de perícia médica para terem acesso a benefícios do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), na área de abrangência de sua Gerência Executiva em Natal, a qual estão subordinadas 20 Agências da Previdência Social (APS), das 38 que existem hoje no Rio Grande do Norte.

Júnior SantosDependendo da localização da agência tempo de espera na fila pode chegar até a 60 diasDependendo da localização da agência tempo de espera na fila pode chegar até a 60 dias



Dados da GEX Natal mostram que entre janeiro e 16 de novembro deste ano, houve o agendamento de 50.779 perícias médicas, das quais 30.157 foram realizadas. Ou seja, 20.622 ou 40,61% dos trabalhadores, autônomos com carteira do trabalho assinada, estão na fila da perícia médica.



O chefe do Setor de Perícia Médica e também da Sessão de Saúde do Trabalhador na GEXNat , Marcos Klemig, explicou que essa demora no atendimento de pessoas, que momentaneamente estão incapacidades para o trabalho por alguma doença ou enfermidade não é decorrência,  por exemplo, somente da greve dos servidores administrativos, que perdurou por 80 dias, ou da paralisação dos médicos, que entrou pra 75 dias. 


Marcos Klemig disse que em virtude das greves “houve prejuízo parcial” para os beneficiários do INSS, “mas está se encontrando alternativas e estabelecendo prioridades” para atender os usuários da previdência social, mas um problema é a falta de recursos humanos. 



Até meados do ano passado, havia 44 médicos peritos na GEXNat, número que caiu para 36 devido a aposentadorias de profissionais, como as quatro que já ocorreram este ano, afora dois que foram transferidos e dois que estão licenciados há mais de um ano. 



Segundo Klemig, desse quadro atual, estão trabalhando 22 (60,1%), enquanto 14 aderiram à greve que começou em 4 de setembro, onze dias antes antes do fim da greve dos servidores da área administrativa, que fora deflagrada em 7 de julho.



Apesar da greve da perícia médica, Klemig diz que está havendo, em média, um atendimento diário de 20, 30 a 40 pessoas na APS central, da rua Apodi, na Cidade Alta, que vêm de outras unidades onde há dificuldade de atendimento  por causa da greve ou por falta de profissionais, “que é uma das razões da greve”, com a reivindicação de abertura de concurso público na previdência social. 



Klemig disse, inclusive, que “por demagogia inaugurou-se muitas agências sem a contratação de recursos humanos”, algumas delas até com um servidor, “quando a norma manda que seja aberta pelo menos com cinco servidores da área administrativa e médica”.



O chefe do Setor de Perícia Médica da GEXNat disse que houve inaugurações de APS,  como foram os casos de Monte Alegre, Nísia Floresta, São José do Mipibu e São Paulo do Potengi, “sem ter nenhum médico”.



A fim de tentar superar todos esses problemas, Klemig informou que a saída tem sido a implantação de rodizio e remanejamento de médicos entre as APS subordinadas à GEXNat, onde seriam necessários, atualmente, a contratação de pelo menos 20 novos médicos. 



Hoje, segundo ele, 16 médicos já estão em condições de se aposentar, o que pode mais agravar a deficiência de recursos humanos na Gerência do INSS em Natal: “O governo tem conhecimento disso tudo, inclusive eu, se descer para os Recursos Humanos, em cinco dias úteis já estou aposentado sem autorização de ninguém, porque já tenho tempo”.

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