Novo exame para reiterar o resultado que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) recebeu na última quarta-feira sobre um caso de febre amarela em Natal será feito. De acordo com o secretário de Saúde de Natal, Luiz Roberto Fonseca, a contraprova deve durar entre 30 e 45 dias para chegar às autoridades de saúde locais. Enquanto isso, a investigação continua para saber como a vítima morta em agosto teria contraído a doença.
“Esse caso é estranho demais. Ela não saiu de Natal, não foi em zona endêmica, não tem mais ninguém doente”, declarou o secretário. “Ela recebeu uma pessoa que veio do Norte por três horas. É uma possibilidade muito pequena de ter ocorrido”, acrescentou o secretário. “O mosquito teria que ter picado o visante, que deveria estar contaminado, digerido o vírus e picado a vítima residente em Natal e não ter picado mais ninguém, já que não teve outras pessoas doentes”, relatou em tese.
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Na prática, o fato de não haver registros oficiais não impede que outra pessoa tenha contraído a doença e se recuperado sem que a informação chegasse aos serviços de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, até 75% dos pacientes que adquirem febre amarela não evoluem para a forma mais grave da doença, bem mais letal que a forma mais branda. No entanto, até agora isso é uma hipótese.
O exame laboratorial com resultado positivo é o imunohistoquímico e, segundo Fonseca, foi realizado pelo o Instituto Evandro Chagas (IEC) de Belém do Pará. A repetição do exame ocorrerá em função da possibilidade de um resultado “falso positivo”. “Com todos esses vírus circulando no Rio Grande do Norte e transmitido pelo mesmo mosquito, não sabemos se uma pessoa que teve zika, ou dengue, por exemplo, possa dar uma reação cruzada nesse exame”, comentou. O secretário informou que ainda há material coletada da vítima para fazer mais testes laboratoriais.
Embora o secretário tenha confirmado o resultado do primeiro exame, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde tentou minimizar o caso. Em nota à TRIBUNA DO NORTE, a assessoria declarou o seguinte: “O Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde (DVS-SMS), por meio do Setor de Vigilância Epidemiológica (SVE), esclarece que, até o momento, não confirmou nenhum caso de febre amarela em Natal, mas que iniciou o processo de investigação de uma paciente, residente em Natal, que foi a óbito no mês de agosto, com suspeita de ter contraído o vírus da febre amarela. A Secretaria Municipal de Saúde informa ainda que, até o momento, não existe nexo epidemiológico para introdução do vírus em Natal”.
Febre amarela
Transmissão
Nas cidades, o mosquito que pode transmitir a febre amarela é o Aedes Aegypti. Desde 1942 não há registro da doença em áreas urbanas no Brasil. Nas áreas silvestres, os mosquitos Haemagogus e Sabethes são os responsáveis.
Áreas de risco
O Rio Grande do Norte não é considerado área de risco. Todos os Estados do Norte do Brasil, Maranhão e parte do Piauí e Bahia são as áreas de risco mais próximas do RN.
Sintomas
febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores no corpo em geral, náuseas, vômitos, fadiga e fraqueza. Boa parte dos doentes melhora depois destes sintomas, mas cerca de 15% evoluem para uma forma grave da doença.
Casos graves: febre alta, hemorragia, choque e possibilidade de icterícia (pele e olhos amarelados) e insuficiência de múltiplos órgãos.