Servidores em greve fazem protesto

Servidores em greve fazem protesto

Em greve há dois meses, os servidores da Saúde do Estado fizeram, na manhã de ontem (11), mais uma manifestação. Dessa vez, o motivo do protesto foi o corte dos adicionais noturno e de  insalubridade do cálculo das aposentadorias. Com apoio de funcionários públicos federais também em greve, o ato começou em frente ao Hospital Universitário Onofre Lopes e terminou na entrada do Tribunal de Contas do Estado (TCE), uma vez que partiu do órgão, no final de julho, a recomendação para o Instituto de Previdência do Rio Grande do Norte (Ipern) efetuar o corte, que atinge quem se aposentou a  partir de dezembro de 2014.

A medida, segundo o diretor do Sindsaúde/RN, Manoel Egídio, ameaça todos que ainda irão se aposentar. Neste ano, 2.778 servidores da saúde estão nessa situação. A perda, na hora de se aposentar, varia de R$ 500 a R$ 2.000, dependendo do cargo. Para o sindicato, o corte é arbitrário, ilegal e autoritário, pois os adicionais de insalubridade e noturno são inerentes aos profissionais de saúde e ao trabalho que exercem. “Em um gesto arbitrário, o Ipern cortou adicionais de insalubridade e o adicional noturno de quase 400 servidores da saúde que se aposentaram recentemente. É uma crueldade com quem trabalhou a vida toda e que vinha até adiando o momento da aposentadoria para levar uma remuneração um pouco melhor”, diz em nota o Sindsaúde. 

O Ipern diz que cumpre decisões do Tribunal de Contas do Estado. Já o TCE entende que, desde dezembro, quando a Constituição Estadual foi alterada, não há mais lei dizendo que estes adicionais devem ser levados para a aposentadoria. Para o órgão, os adicionais de insalubridade e noturno, entre outros, como a gratificação de deslocamento de nível, são temporários. 

Os servidores entendem que os adicionais são permanentes e, por isso, procuraram o governador Robinson Faria. Em audiência no último dia 5, dirigentes dos sindicatos da saúde (Sinmed, Soern, Sinfarn) mostraram ao governo que o corte poderia provocar uma greve unificada. 

Sindsaúde quer que o TCE reveja a sua interpretação da lei e  que o governador envie projeto de lei para a Assembleia Legislativa garantindo os adicionais na aposentadoria.  Em greve desde 11 de junho, os servidores têm como principal reivindicação o reajuste salarial de 27%. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesap) informou que a maioria das reivindicações da saúde foi atendida, e que as duas questões pendentes – o corte das gratificações temporárias e o reajuste – dependem de decisão da Secretaria de Planejamento e Finanças (Seplan) e do Executivo.

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