Secretaria de Saúde instala sala para monitorar o Aedes

Secretaria de Saúde instala sala para monitorar o Aedes

 As ações de monitoramento do mosquito Aedes aegypti no âmbito estadual irão ficar a cargo de uma só equipe. Essa é a proposta da sala de situação da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap) apresentada ontem à imprensa e que começa a funcionar na próxima segunda-feira (28).

 
Localizado no sétimo andar da Sesap, o local pretende reunir todas as principais atividades voltadas ao combate e proliferação do vetor da dengue, zika e chikungunya e monitorar o plano estadual de enfrentamento ao mosquito.
 
// Cláudia Frederico, coordenadora de Promoção à Saúde da Sesap
 
Com uma equipe multidisciplinar das secretarias de Saúde, Educação, Assistência Social, Segurança Pública, Gabinete Civil, Defesa Civil e Polícia Militar, a iniciativa faz parte plano nacional do Ministério da Saúde, integrando o eixo 1 de combate e controle do  Aedes aegypti, carregando ações de todas as áreas citadas, umas mais imediatas e outras a longo prazo. 
 
Entre as primeiras ações, uma meta ousada. “Não podemos deixar chegar fevereiro sem ter visitado todos os domicílios do país. Essa é a meta nacional: que até 31 de janeiro todas as residências brasileiras tenham sido visitadas”, conta a coordenadora de Promoção à Saúde da Sesap, Cláudia Frederico.
 
De acordo com ela, durante o período de um ano são seis ciclos de visitas que levam em média 60 dias para serem concluídos. Com a situação de emergência, o ciclo vai levar 30 dias e o primeiro já ocorre neste mês de janeiro. “O objetivo é que no mês de janeiro 100% das casas sejam visitadas nesse primeiro ciclo”, disse.
 
Além do monitoramente da meta, o espaço vai funcionar para concentrar as principais estratégias na luta pela erradicação do mosquito e, por consequência, diminuição e eliminação das doenças no país, inclusive o trabalho junto aos militares. 
 
Atualmente cerca de 400 homens do Exército e Marinha passam por capacitação para atuar em 11 municípios prioritários do Rio Grande do Norte, sendo eles: Natal, Caicó, Santa Cruz, Pau dos Ferros, Açu, Mossoró, Macaíba, Parnamirim, Ceará Mirim, Tangará e Apodi. 
 
“Vamos organizar as estratégias para os trabalhos nos municípios. A previsão é que eles estejam atuando nos municípios em 4 de janeiro junto com os agentes de endemias das cidades”, explica. Os militares foram solicitados pelos gestores dos municípios. “Agora a gente precisa identificar a logística para levar esses militares, então, esse grupo vai pensar tudo isso também”, acrescenta.
 
Outra atividade da sala de situação da Sesap vai ser a implantação de um disque denúncia para receber informações sobre focos do mosquito e manter um contato mais direto com a população. “O governo entendeu que precisa agilizar as notificações dos casos”, ressalta a coordenadora. 
 
No entendimento da pasta,  0800 é um número de difícil memorização e alternativa está sendo viabilizada. “Foi levantada a possibilidade de o número ser o 153, mas ainda está em fase de planejamento”. A proposta é que as chamadas sejam direcionadas à sala de monitoramento.
 
Segundo a subcoordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesap, Cystiane Fialho, o governo vai expedir recomendação às prefeituras para evitar um recesso prolongado dos agentes de combate a endemias. “O governo federal, por exemplo, cortou o recesso e no interior é um hábito no mês de janeiro dar férias aos agentes”, justifica.
 
Como evitar 
focos do mosquito
 
Atualmente no país circulam três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: dengue, zika e a chikungunya. Em comum elas possuem características sintomáticas como febre alta, dor no fundo dos olhos, vermelhidão na pele, coceira e distúrbios gástricos. 
 
Com 154 casos suspeitos de microcefalia ligados ao zika vírus, o Rio Grande do Norte lidera o número de óbitos no país com dez. Pernambuco continua sendo o estado com maior número de casos: 1.031. Em seguida vem Paraíba, com 429 casos e a Bahia, com 271.
 
Neste cenário, a melhor forma de prevenir essas enfermidades é eliminar o vetor, ou seja, eliminar o mosquito. Para isso, é fundamental eliminar os criadouros do Aedes aegypti, que coloca seus ovos em recipientes com água parada. O cuidado para evitar a sua proliferação deve ser feito por todos com atitudes básicas para diminuir a quantidade de mosquitos que circulam nos ambientes.
 
Eliminar garrafas, sacos plásticos e pneus velhos que ficam expostos à chuva, além de tampar recipientes que acumulam água como caixas d’água e piscina, são fundamentais para esse controle.
 
E neste período de festas de fim de ano, o Ministério da Saúde recomenda às pessoas que foram viajar que, antes de saírem de suas casas, façam uma vistoria para eliminar os recipientes que possam acumular água parada e servir como criadouro do mosquito.
 
Para o governo, as medidas de combate ao Aedes aegypti devem ser reforçadas porque o início do verão é marcado por chuvas em muitos Estados do país, que passam a receber também maior circulação de pessoas.

 

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