RN tem mais sete casos suspeitos de microcefalia

RN tem mais sete casos suspeitos de microcefalia

 O novo boletim epidemiológico, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde, indica que aumentou o número de casos suspeitos de microcefalia no Rio Grande do Norte, passando para 188. No informe do último dia 12, eram 181. Em todo o Brasil, agora são 3.893 ocorrências.  Do total notificado na semana passada, 224 casos tiveram confirmação de microcefalia (52 no RN), seis confirmaram a relação com o vírus Zika (quatro no RN) e outros 282 foram descartados (11 no RN). Continuam em investigação 3.381 casos suspeitos de microcefalia (121 no RN).



Ao todo, foram notificados 49 óbitos por malformação congênita. Destes, seis foram confirmados para a relação com o vírus Zika. Além dos quatro casos do RN, um feto foi diagnosticado no Ceará e outro em Minas Gerais. Esses resultados somam-se às demais evidências científicas obtidas em 2015 e reforçam a hipótese de relação entre a infecção pelo vírus Zika e a ocorrência de microcefalia e outras malformações congênitas.



De acordo o informe publicado, o estado de Pernambuco continua com o maior número de casos suspeitos (1.306), o que representa 33% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão os estados da Paraíba (665), Bahia (496), Ceará (216), Rio Grande do Norte (188), Sergipe (164), Alagoas (158), Mato Grosso (134) e Rio de Janeiro (122).



As notificações foram registradas até 16 de janeiro e ocorreram em 764 municípios de 21 unidades da federação. O boletim aponta o detalhamento dos casos confirmados e descartados.



Atualmente, a circulação do Zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica dos sintomas. Até o momento, estão com circulação autóctone do vírus Zika 20 unidades da federação. São elas: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.



Placenta

Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Carlos Chagas (ICC-Fiocruz Paraná), em parceria com uma equipe da PUC-PR, confirmou a transmissão interplacentária do zika vírus, após a análise da amostra da placenta de uma gestante do Nordeste. Ela apresentou sintomas compatíveis de infecção pelo vírus e sofreu um aborto retido – quando o feto deixa de se desenvolver dentro do útero – no primeiro trimestre. 



O trabalho do Laboratório de Virologia Molecular, um dos equipamentos sentinelas do Ministério da Saúde para o tema, foi divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo. O estudo levantou hipótese importante para explicar a dinâmica de transmissão do vírus de mãe para feto. 



"A paciente relatou sintomas clínicos que indicavam infecção por zika no início da gravidez e sofreu o aborto na oitava semana. Analisamos as amostras da placenta usando um anticorpo monoclonal contra flavivírus, que reconhece membros desse gênero, incluindo os vírus dengue, zika e febre amarela, entre outros", explica Cláudia Nunes Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular. 



Os resultados da primeira análise foram positivos e confirmaram a presença de proteínas virais nas células placentárias (mãe e feto). "Este resultado confirma de modo inequívoco a transmissão intrauterina",  diz a pesquisadora.

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