A microcefalia é uma das doenças que mais tem preocupado a população nos últimos meses. O aumento no número de casos confirmados, deixa em alerta autoridades com relação ao desenvolvimento das crianças diagnosticadas. Pensando nisso, a Faculdade Maurício de Nassau, em Natal, iniciará ainda neste semestre as atividades do Centro de Reabilitação e Pesquisa em Microcefalia, ação pioneira neste segmento em uma instituição particular do Estado.
A iniciativa visa pesquisar a doença, oferecer orientação e tratar pacientes desde os primeiros meses de nascimento, realizando a estimulação precoce dos bebês e minimizando os efeitos da alteração que provoca atraso no desenvolvimento neuropsicomotor da criança. O trabalho será concentrado na Clínica Escola da Faculdade Maurício de Nassau e as famílias terão um acompanhamento multidisciplinar em diversas áreas.
“Nosso projeto vai atender desde as questões de saúde com cursos como Fisioterapia, Enfermagem, Farmácia, Biomedicina, Educação Física e Odontologia; passando por questões psicoeducacionais, com a Psicologia e a Pedagogia; e até sociais com os cursos de Direito e Serviço Social”, explica o coordenador geral do projeto, Jourdan Galvão. Uma reunião realizada na noite de ontem (28) com representantes do corpo docente da faculdade definiu as primeiras diretrizes do projeto que vai atuar em várias frentes, promovendo inclusive eventos de esclarecimento e debate com a população.
A partir de março, a Clínica Escola já inicia o cadastramento de famílias interessadas em receber o atendimento. Eles preencherão um questionário social e serão encaminhados para os diversos serviços da área de Saúde e, até mesmo, o Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) quando houver questões sociais envolvidas. A Clínica fica localizada na Rua Dr. José Bezerra, nº 600, bairro de Barro Vermelho. O telefone para contato é (84) 99833-3564.
A ação será um apoio às famílias que enfrentam o problema da microcefalia, cujos casos têm aumentado consideravelmente no estado. No ano passado, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), foram notificados 183 casos suspeitos de microcefalia relacionados a infecções congênitas no Rio Grande do Norte. Até a terceira semana de 2016, foram 25 casos totalizando 208 ocorrências até o momento. Destes, 60 tiveram confirmação de relação com o Zyka virus, sendo que a maioria deles está em Natal.
O QUE É MICROCEFALIA
É uma alteração onde o bebê nasce com o crânio menor do que o normal após os 9 meses de vida. O parâmetro da Organização Mundial de Saúde é de que o diâmetro do crânio de um recém-nascido tenha no mínimo 33 centímetros.
Na maior parte dos casos, é causada por infecções adquiridas pela mãe durante a gravidez, quando o cérebro está em formação. Doenças como a rubéola, toxoplasmose e, mais recentemente, a zika são as maiores causadoras dessa condição rara. As ocorrências aumentaram devido à proliferação do Zyka virus transmitido através da picada do mosquito Aedes aegypit.