O Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG) contabilizou 11.902 ocorrências de trânsito durante o ano de 2015, contra 7.825 em 2014. O aumento representa 35% a mais de pessoas acidentadas na capital potiguar.
Os acidentes envolvendo motos lideraram as estatísticas do hospital com 10.411 boletins registrados (87% de todas as ocorrências de trânsito atendidas pelo Walfredo Gurgel). A média diária final ficou em 29 boletins/dia. Até outubro o hospital contabilizava 28 boletins/dia.
Com relação a carros e outros meios de transporte, o número total de acidentes atingiu 1.491 registros.
De 2004 a 2015, a média de acidentes envolvendo motos aumentou em mais de sete vezes, passando dos 4,7 boletins/dia para os atuais 29.
Histórias contadas por pacientes internados no Walfredo Gurgel o expressivo número de casos envolvendo motocicletas. Ocupando um leito de enfermaria no quarto pavimento do hospital, Francisco Ideilson, 26 anos, pilota motocicleta desde os 15. Ele fraturou a tíbia. Ideilson conta que pilotava em uma estrada de barro, quando foi surpreendido por um carro e colidiu. No momento do acidente não usava capacete. A moto teve perda total.
Ronaldo Ramalho tem 24 anos e pilota desde 2011. Ele relata que caiu nas após atravessar a ponte de Igapó, sobre o Rio Potengi, entre as regiões Oeste e Norte de Natal. Ele teve fratura exposta de falange no pé direito e fratura de pulso. Mesmo há 21 dias tratando dos ferimentos, Ronaldo também afirma que não larga a moto. “Não tenho outro meio de transporte. Vou continuar a pilotar”, diz.
Morador da cidade de São José de Mípibu, Leandro Alves do Nascimento, pilota há 10 anos. Voltando para casa, também em uma curva, colidiu com a lateral de um ônibus. Fraturou a tíbia e o fêmur e está com a bacia fora do lugar. "A moto é minha paixão. Vou continuar pilotando e seja o que Deus quiser", finaliza.